Novembro azul: um alerta para o homem cuidar da saúde

Médico oncologista do CTO, Julio Vieira de Melo, afirma que o câncer de próstata tem alto índice de cura se identificado em fase inicial


A identificação do câncer de próstata na fase inicial é uma das grandes aliadas no combate à doença. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimam 65.840 novos casos de câncer de próstata em 2020. O movimento Novembro Azul ocorre durante todo o mês e tem o objetivo de conscientizar os homens sobre a importância do diagnóstico precoce.

De acordo com Julio Vieira, médico oncologista do Centro de Terapia Oncológica (CTO), para identificar a doença em fase inicial é preciso que os homens estejam mais atentos à saúde e busquem acompanhamento médico.

O rastreamento inicial é feito com o PSA, que é dosado no sangue e com o toque retal. A partir disso, se houver alguma alteração, ele explica que podem ser solicitados exames de imagem, como a ultrassonografia e ressonância. Caso seja identificado o nódulo, é feito o pedido de biópsia, realizado através da ultrassonografia transretal da próstata.

“A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que os homens comecem a fazer esse rastreamento a partir dos 50 anos. Pacientes do grupo de risco, como afrodescendentes e pessoas com histórico familiar de câncer de próstata, devem fazer o exame a partir dos 45 anos. Porém, há algumas orientações no sentido de que o acompanhamento comece aos 45 anos para os homens, em geral; e aos 40, para pacientes de grupos de risco”, explica.

O oncologista reitera que este acompanhamento é ainda mais importante porque o câncer de próstata, na maior parte dos casos, é assintomático. Em algumas situações, podem ocorrer sintomas como dificuldade para iniciar a micção, esforço miccional, presença de sangue na ejaculação e na urina. Em casos mais avançados, os pacientes podem sentir dor óssea por compressão ou fratura patológica, ou seja, já podem estar presentes em casos de metástase.

“Nosso objetivo é sempre rastrear a doença em fase inicial para aumentar as chances de cura, principalmente se o câncer estiver restrito à próstata. Nestas situações, os tratamentos podem envolver cirurgia, bloqueio hormonal e radioterapia. Em casos mais avançados, os médicos podem sugerir uso de bloqueadores hormonais combinados e quimioterapia. Além disso, existem novos tratamentos, como o rádio-223, que é feito através de aplicação venosa para pacientes com metástase óssea exclusiva”, diz, acrescentando que o tratamento contra o câncer de próstata depende do estágio da doença, da agressividade do câncer, da idade e da condição clínica do paciente.

Sobre o movimento Novembro Azul, o médico disse que é fundamental, pois reforça a necessidade de os homens procurarem o urologista nas idades adequadas. “A campanha visa conscientizar o homem para que ele fique mais atento à sua saúde. Por se cuidarem menos, eles têm expectativa de vida menor que as mulheres. As mulheres estão acostumadas a serem avaliadas pelo ginecologista desde o início da sua vida menstrual e da atividade sexual. Já o homem acaba tendo muito pudor, muita vergonha de procurar o médico, pode se sentir frágil, vulnerável, muitas vezes têm vergonha do toque retal”, afirmou o oncologista.

O médico destaca que a campanha traz à tona o fato de que os homens também ficam doentes, mas também têm possibilidade de viver mais e melhor. “É importante que eles tenham essa consciência de que vale a pena rastrear e detectar a doença em uma fase bem inicial”, frisa.

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