A falta de vacina para tratar alergias no Ambulatório de Especialidades, que depois das fortes chuvas que atingiram Petrópolis este ano, passou a funcionar no Centro de Saúde Coletiva Professor Manoel José Ferreira, em Petrópolis, tem preocupado quem precisa da medicação.
“Nós fomos na consulta no Ambulatório de Especialidades esta semana, depois fomos na farmácia do próprio Centro de Saúde solicitar a vacina, e nos informaram que não tem a vacina, e que também não há previsão para a chegada”, disse a mãe de uma das pacientes que preferiu não se identificar.
A mãe de um outro paciente que também preferiu não se identificar, disse que o filho utilizava o medicamento há cerca de cinco anos. Ele toma no mínimo uma vacina por semana. Mas nos momentos de crise ele chega a precisar de até três aplicações em um intervalo de apenas sete dias. Cada vacina custa em média R$ 480, valor que ela não tem condições de arcar. Sem o medicamento, o jovem sofre uma grande piora na dermatite atípica aguda grave e fica com a pele extremamente seca e até com feridas.
“A gente precisa dessa vacina que é fornecida pelo SUS, se nós formos na clínica, a vacina pode chegar a mais de R$ 200, então não é todo mundo que tem condições de comprar. É um tratamento que precisa ser contínuo, então se esse tratamento for interrompido, a criança volta a ter crises alérgicas precisamos muito desta medicação”, disse a mãe de uma das pacientes.
Diante das denúncias nós entramos em contato com o Ambulatório de Especialidades por telefone. O funcionário que atendeu a ligação confirmou os problemas denunciados. Não há testes desde o final de 2021 e nem vacinas de alergia desde as tragédias deste ano, há quase 8 meses. A solução sugerida pelo funcionário para as pessoas que precisam do medicamento ou têm indicação para fazer o teste, é que elas busquem a rede particular de saúde, inclusive oferece o telefone do médico responsável por fazer o serviço no local, mas para realizar os exames de forma particular, ou seja, pagos.
Além dos problemas com as vacinas de alergia, a trabalhadora autônoma Márcia da Luz, esteve nesta quinta-feira (22) no local, e mais uma vez não conseguiu marcar uma consulta com pediatra para a filha.
“Já é a terceira vez que eu venho tentar marcar um pediatra para minha filha, eles me falaram que a agenda fecharia hoje, já estou a um mês tentando fazer esta marcação! Sempre que eu venho aqui, não têm enfermeiros para atender ela, eles dizem que só há enfermeiro para atender adolescentes, já estou perdendo a paciência. O que está faltando aqui, são profissionais que queiram trabalhar, é um descaso o que eles estão fazendo com a população de Petrópolis”, disse ela.
Por Gabriel Faxola/ Imagens: Thiago Alvarez