Uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos, da França e da Guatemala encontrou 964 antigos assentamentos maias anteriormente desconhecidos por baixo de uma vegetação, datando predominantemente do período pré-clássico (cerca de 1000 a.C.-150 d.C.), usando a tecnologia de detecção a laser chamada “Lidar” em cerca de 1.680 quilômetros quadrados ao longo da Bacia Cárstica de Mirador-Calakmul, no norte da Guatemala. A extensa rede apresenta centros cerimoniais, instalações esportivas, estradas e reservatórios.
Segundo as observações, os assentamentos da área eram densamente povoados. A descoberta diverge das teorias que sugerem que os primeiros assentamentos mesoamericanos tendiam a ter povoamento esparso.
A conclusão dos pesquisadores, liderados pelo arqueólogo Richard D. Hansen, da Universidade Estadual de Idaho (EUA), é que vivia ali uma sociedade maia muito mais sofisticada, populosa e unificada do que o imaginado anteriormente. “O esqueleto da antiga estrutura política e econômica como um reino-estado nos períodos Pré-Clássico médio e tardio tem uma presença tentadora na Bacia Cárstica de Mirador-Calakmul”, escreveu a equipe em um artigo sobre as descobertas publicado na revista Ancient Mesoamerica.
Usando métodos arqueológicos tradicionais, a Fundação de Pesquisas Antropológicas e Estudos Ambientais (FARES), de Idaho, e o Mirador Basin Project já mapearam e escavaram 56 sítios arqueológicos únicos na Bacia Cárstica de Mirador-Calakmul nos últimos 40 anos. As descobertas feitas corroboraram suas análises mais recentes, que cobriram 85,8% dos cerca de 6.500 quilômetros quadrados da área entre 2015 e 2018.