Setranspetro afirma que frota de ônibus de Petrópolis está operando com 10% a mais do que a demanda de passageiros

Quem depende do transporte público em Petrópolis enfrenta, diariamente, ônibus lotados. Durante a pandemia, em todas as cidades do Brasil, as frotas de coletivos foram reduzidas, por conta do isolamento social e a diminuição de fluxo de passageiros. Mas, até hoje, a frota não foi retomada em sua totalidade na cidade, o que é motivo de reclamação por parte dos passageiros.

Mas, de acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro), a frota de ônibus da cidade está operando entre 10% a 15% a mais do que o necessário hoje, levando em conta a demanda de passageiros. “Hoje em dia a frota está em pelo menos 10% maior do que a necessidade de demanda. Houve uma mudança global muito grande, em vários comportamentos a realidade do sistema de transporte mudou. A quantidade de pessoas usando o ônibus caiu muito. Em algumas rotas o número de ônibus está ainda maior do que o da pandemia”, explicou a superintendente do Setranspetro, Carla Rivetti.

De acordo com o sindicato, a demanda de passageiros diminuiu em quase 20% desde a pandemia. Em julho deste ano, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) decidiu que a frota deveria ser retomada em sua totalidade, confirmando uma decisão da 4ª Vara Cível de Petrópolis. Mas, na época, as empresas afirmaram não ter condições de retomar com a frota que circulava pré-pandemia.

Na época, o sindicato defendia que a determinação da justiça de retornar com a frota de antes da pandemia, não considera o fato de a CPTrans ter estabelecido redução de 10% em outubro de 2021, quando 35 ônibus foram vendidos pelas empresas. Mas agora, o sindicato destaca que até maio deste ano, 40 novos ônibus estejam em circulação na cidade, sendo que 13 deles já estão nas ruas, sendo o suficiente para atender o número de passageiros no município. “A necessidade de oferta, da quantidade de ônibus tem que ser adequada a necessidade da demanda. Os estudos para isso são necessários para não gerar custo excessivo que vai aumentar o preço final da tarifa e onerar quem paga na roleta”, explicou Carla.

Segundo o Setranspetro, o sistema de transporte é como um repassador de custos e é considerado um serviço tão essencial quanto a saúde e a educação. O sindicato defende que a lotação nos ônibus e a demora no atendimento aos passageiros está diretamente ligada aos problemas de mobilidade urbana que a cidade enfrenta, o que está fora do alcance das empresas de ônibus.

O sindicato aponta ainda que problemas como estacionamento irregular, excesso de veículos na cidade, vias com pouca manutenção e em mão única, geram atrasos nas viagens. “Hoje a gente tem de 10 a 15 por cento a mais de oferta do que a demanda precisa. A gente vê os ônibus lotados e, de fato, acontece sim, principalmente porque a gente precisa agora investir em mobilidade. Não adianta que os ônibus fiquem parados no trânsito. Eles ficam presos em comboio no engarrafamento”, disse a superintendente.

Por Raphaela Cordeiro/Imagens: Thiago Alvarez

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