Manifestantes vão às ruas cobrar ações da Prefeitura após um ano da tragédia

“Perdi uma parte da minha vida, meus alicerces”.Esse é o relato da Ivonice Batista. A auxiliar de serviços gerais perdeu parte da sua família na catástrofe que atingiu a cidade no ano passado. Ela foi uma das manifestantes que saíram da Praça da Inconfidência, Centro Histórico do município, até a Câmara Municipal de Petrópolis localizada na Praça da Águia nesta terça-feira, 15 de fevereiro. Dentre as reivindicações, a manutenção do Aluguel Social, a limpeza dos bairros e respeito pelas 235 pessoas que foram a óbito a um ano atrás.

Ivonice, emocionada, não se conteve em desabafar sobre a sensação de abandono e o desrespeito que os governantes da cidade têm para com os bairros mais afetados: “Isso aqui temos que lutar para não acontecer de novo”. A ex-moradora do bairro Chácara Flora, ainda lamentou a perda de seus familiares pelas chuvas, mas comentou sobre a ineficiência das buscas pelos desaparecidos: “Petrópolis é uma cidade belíssima mas ainda tem muitos corpos para serem encontrados. Até hoje estamos sendo esquecidos de propósito”. Sua irmã, a cuidadora Gerusa Batista, não sente mais que seu lugar é na Cidade Imperial. Ela comentou que sente o descaso na pele após perder mãe, sobrinhos e neto com a catástrofe climática: “Nossa luta será eterna. Essa cidade só visa ser agradável para turistas e nós somos o resto”.

Antônio Carlos também é morador do Chácara Flora, teve sua casa interditada e relata ainda que sua a Prefeitura não fez nada no local e sua casa permanece pendurada. O aposentado ainda comentou que perdeu mais de quatro familiares nas enchentes: “É muito triste você fazer uma casa e ter que sair correndo para poder sobreviver. A Prefeitura só nos deu o Aluguel Social e ainda acreditamos que fizeram muito”. A presidente da Associação da Vila Militar, Carol Chiavazzoli, percebe que já faz um ano que a tragédia passou e as manutenções da Prefeitura foram feitas apenas no Centro da cidade e teme pela sua vida e a dos moradores da sua comunidade. “Quando vai nos bairros, o que nos assombra ainda são os perigos que aconteceram nos dias 15 de fevereiro. Onde vão acontecer as obras? Quando será feita as obras? Toda vez que chove o petropolitano tem medo” disse Carol.

Os manifestantes seguiram até a Câmara, onde as vítimas fizeram uma oração pelas 235 vidas levadas pelas enchentes, além de cobrar a fiscalização dos parlamentares. Estavam presente na Câmara os vereadores: Fred Procópio (PL), Vereador Dudu (MDB), Hingo Hammes (UNIÃO), Mauro Peralta (PRTB), Marcelo Lessa (SOLIDARIEDADE), Gilda Beatriz (PSD), Júlia Casamasso (PSOL), Octavio Sampaio (UNIÃO), Domingos Protetor (PSC), Gil Magno (DC).

Por Darques Junior

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