Comdep tem até hoje para comprovar suspensão de emergenciais

Por Wellington Daniel

A Companhia de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep) tem até esta segunda-feira (04) para comprovar à 4ª Vara Cível do município que suspendeu os contratos emergenciais firmados para a coleta de lixo urbano e hospitalar. A decisão foi tomada pelo juiz Jorge Martins, após manifestações do Consórcio Limpserra e da própria Comdep, as quais o Correio Petropolitano teve acesso. O magistrado também convocou uma audiência de conciliação para esta terça-feira (05). Caso não envie os comprovantes, o presidente da Comdep, Cedenyr Vieira, será multado, com o valor podendo chegar a R$ 100 mil.

A data desta determinação é do dia 30 de agosto. Na sexta-feira (01), a Prefeitura enviou nota ao Correio em que dizia que estava tomando todas as medidas cabíveis para cumprimento da decisão judicial, sem descontinuidade da coleta de lixo. No entanto, a reportagem flagrou um caminhão com adesivo da AMI3 – uma das contratadas emergencialmente – realizando o serviço na Rua do Imperador (Centro) no sábado (02), por volta das 19h.

Consórcio alega descumprimento de ordem judicial

O consórcio Limpserra apresentou fotos ao magistrado que apontam um possível descumprimento a determinação judicial da 4ª Vara Cível que determinou a suspensão dos contratos emergenciais firmados com as empresas AMI3 e PDCA. Em um deles, um caminhão com adesivo da AMI3 também é visto realizando o serviço e transportando para o galpão da PDCA.

Com a manutenção da liminar da Comarca de Petrópolis pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), o Limpserra retornou o pedido e também lembrou a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), que determinou a interrupção dos pagamentos dos acordos emergenciais.

A Comdep também se manifestou nos autos do processo. Sem o andamento das licitações e com a suspensão dos contratos emergenciais, a companhia afirma que não teria condições de realizar o serviço por não possuir equipamentos necessários. Com isso, diz que 300 toneladas diárias de resíduos ficariam a céu aberto e que a crise poderia se estender ao atendimento de saúde.

“Sem considerar que a suspensão do serviço de coleta de resíduos de saúde (RSS) pode levar à paralisação dos serviços hospitalares, já que não têm como armazenar tais resíduos que são potencialmente contaminantes”, diz um trecho do documento.

A Comdep também afirma que o município não poderia renovar o contrato com o Limpserra, por ter excedido os períodos de renovação. Diz, ainda, que o contrato anterior de coleta de lixo foi firmado entre o município (pela Secretaria de Serviços, Segurança e Ordem Pública) e o consórcio. Desta forma, a companhia não teria ingerência sobre a sua renovação.

No entanto, o juiz Jorge Martins entendeu que, com o risco da crise, o município deveria ter tomado medidas para que o serviço fosse mantido.

Força Ambiental alega dívida milionária

O Limpserra também alegou uma inadimplência milionária do município com o consórcio, o que impossibilitaria a dissolução deste. Ao Correio, o consórcio informou que são 12 parcelas em atraso, totalizando R$ 23 milhões em dívidas. “Apesar disso, o consórcio está pronto a retomar o trabalho que foi interrompido de forma irregular”, diz a nota.

O consórcio ainda afirma que os valores são referentes a pagamentos à Força Ambiental, empresa majoritária no consórcio. Procurada sobre isso, a Prefeitura não respondeu até o fechamento desta edição.

Diferença de preços

A Comdep também esclareceu sobre a diferença de preços entre o orçado pela AMI3 para a licitação suspensa e o contrato emergencial. Segundo a companhia, a diferença de cerca de R$ 1,2 milhão é porque a empresa considerou os riscos do contrato emergencial, além de seu breve período, que podeira se estender até a 180 dias.

A Comdep não esclareceu, no entanto, o porquê da escolha da empresa que ofereceu o segundo maior preço da licitação.

Related posts

Estácio Petrópolis promove Semana Nacional dos Cursos com muito conhecimento, inovação e conexão com o mundo profissional

Menos de duas horas após denúncia feita ao Linha Verde, UPAm Três Picos flagra crime ambiental em Itaipava 

Equipes do Samu são mobilizadas para salvar bebê de apenas sete dias de vida