Ministério da Saúde alerta para possível aumento de casos de dengue em 2025

Professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP) ressalta a importância da vacinação e das medidas contra a proliferação do aedes aegypti

O início de 2025 trouxe preocupações para a saúde pública no Brasil, com o Ministério da Saúde emitindo um alerta sobre a possibilidade de um aumento significativo nos casos de dengue. O ano de 2024 já foi marcado por um cenário alarmante, com 6,6 milhões de casos de dengue registrados e cerca de 6 mil mortes em decorrência da doença. As projeções do ministério indicam que os primeiros meses de 2025 podem ser ainda mais críticos.

O professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), o pediatra e infectologista Felipe Moliterno ressaltou a importância da realização de um teste que confirme a doença.

“Quando possível, e tendo a suspeita, é interessante tentar a confirmação do diagnóstico, para saber se o paciente já teve dengue. Existe um teste com diagnóstico precoce, através de uma proteína do vírus que se chama NS1, que está disponível nas unidades públicas de saúde. Outro exame é feito após uma semana desde o início dos sintomas que é a sorologia para dengue, que tem os índices IGG e IGM aumentados”, explica o médico.

A preocupação do Ministério da Saúde se intensifica devido à recente circulação da variante do sorotipo 3 da dengue, que pode agravar a situação, uma vez que uma grande parte da população não possui imunidade a esse tipo. O doutor Felipe explica porque a reincidência da doença pode ser mais grave.

“Esse alerta do Ministério da Saúde é importante porque não há um histórico recente da circulação do sorotipo 3 da dengue no país. O problema é que existem 4 sorotipos da doença, e a imunidade é específica para cada um deles. Então, se não temos um histórico de sorotipo 3 significa que mesmo pessoas que já tiveram dengue no passado provavelmente não foi por esse sorotipo, logo não estão imunes. Com isso, com a entrada desse sorotipo no Brasil podem ocorrer um grande número de casos de dengue e toda vez que ocorre uma reinfecção de outro sorotipo aumenta a chance de evoluir para um quadro mais grave da doença”, alerta o infectologista.

A vacina é uma das principais ferramentas de combate à dengue e foi incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) no final de 2023. O imunizante está disponível gratuitamente pelo SUS para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, essa é a faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue após os idosos. A vacina ainda não foi liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para aplicação em pessoas acima de 60 anos.

“A vacina disponibilizada atualmente, com 2 doses e 3 meses de intervalo é extremamente eficaz e possui uma ampla cobertura para os 4 sorotipos. O Ministério da Saúde observou, em epidemias anteriores, que no Brasil os principais grupos de risco, com internações e até óbitos eram os idosos e os adolescentes entre 10 e 14 anos. Porém, a vacina não foi licenciada para aplicação em pessoas maiores de 60 anos nesse momento, por isso, o grupo dos idosos, que seria o de maior risco não foi contemplado. Sendo assim, como não tem vacina disponível para todas as faixas etárias, o Ministério da Saúde usou o segundo grupo com maior histórico de complicação”, explicou ele.

O professor da UNIFASE/FMP, doutor Felipe Moliterno destacou ainda que uma nova vacina nacional, do Instituto Butantan, está em fase final de validação junto a Anvisa. Se aprovado, o imunizante vai ser o 1º no mundo com dose única.

“Existe a perspectiva da vacina nacional contra a dengue desenvolvida pelo Butantan, que vai ser eficaz para os 4 sorotipos e com dose única. Isso gera uma expectativa de melhora na cobertura vacinal contra a dengue, o que é maravilhoso!”, finalizou o médico.

A vacina contra a dengue também está disponível gratuitamente no Ambulatório Escola da UNIFASE que fica na rua Rua Hyvio Naliato, 869 – Cascatinha, e funciona de segunda a sexta-feira, das 08h às 16h. Para vacinar não é preciso agendar atendimento, basta levar o cartão de vacinação e um documento de identificação.

Como se proteger da dengue

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água parada. Os sintomas incluem febre alta, dores musculares e articulares, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas e, em casos mais graves, pode levar à dengue hemorrágica, que é potencialmente fatal.
Diante do alerta do Ministério da Saúde, é fundamental que a população adote medidas de prevenção para evitar a proliferação do mosquito e a transmissão da doença. Algumas dicas incluem:

  1. Eliminar locais de água parada: Verifique e elimine recipientes que possam acumular água, como pneus, garrafas e pratos de plantas.
  2. Manter caixas d’água bem fechadas: Isso impede que os mosquitos tenham acesso a um local de reprodução.
  3. Usar repelentes: Aplique repelentes na pele exposta e em roupas, especialmente em áreas onde há maior incidência de mosquitos.
  4. Instalar telas em janelas e portas: Isso ajuda a manter os mosquitos fora de casa.
  5. Fazer uso de mosquiteiros: Especialmente em áreas onde a incidência de dengue é alta.

Foto: divulgação

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