A enfermagem tem conquistado cada vez mais espaço fora dos hospitais, mostrando sua relevância não apenas no cuidado direto ao paciente internado, mas também na promoção da saúde, prevenção de doenças e gestão da assistência em múltiplos contextos. No Dia da Enfermagem, celebrado hoje, 12 de maio, a profissão é homenageada pela sua versatilidade e compromisso social.
Segundo Cissa Cardoso, enfermeira e coordenadora do curso de Enfermagem da Estácio, a atuação extramuros tem se expandido. Ela revela o quanto a profissão pode transformar realidades.
“A enfermagem está presente em muitos espaços que, por muito tempo, não eram associados à nossa atuação. Isso mostra o quanto somos fundamentais para uma saúde mais acessível e resolutiva”, afirma.
Na atenção básica, os enfermeiros lideram equipes de saúde da família, realizam consultas, monitoram doenças crônicas e acompanham gestantes, crianças e idosos. Além disso, desenvolvem ações educativas que fortalecem o vínculo com a comunidade e promovem a autonomia dos pacientes.
“O enfermeiro tem papel estratégico na atenção primária, sendo peça-chave para o fortalecimento do SUS”, destaca Cissa.
O cuidado também chega à casa dos pacientes, por meio do atendimento domiciliar, com ações personalizadas que muitas vezes evitam internações. Em ambulatórios, os profissionais de enfermagem contribuem com o acompanhamento clínico e a continuidade dos tratamentos.
Consultórios de Enfermagem e a nova autonomia profissional
Uma das áreas que mais cresce é a dos consultórios de enfermagem. Neles, profissionais realizam atendimentos, solicitam exames (dentro dos protocolos), prescrevem cuidados e incentivam o autocuidado.
“Essa prática representa um avanço importante para a autonomia da enfermagem e aproxima a população de serviços qualificados”, explica Cissa. Os consultórios também ajudam a reduzir filas nos serviços públicos e garantem acolhimento com foco na prevenção.
A enfermagem também atua em escolas, empresas, unidades prisionais, ações humanitárias e na telesaúde. Enfermeiros produzem conteúdos educativos, produzindo materiais educativos, vídeos, cursos e publicações com base científica, voltados à formação de profissionais e à educação da população. Essa prática amplia o alcance da informação de qualidade e valoriza o conhecimento produzido pela enfermagem. Também oferece suporte remoto e compartilha informações baseadas em evidências, contribuindo com a formação da população e de outros profissionais.
Como auditores, os enfermeiros analisam prontuários e colaboram com a melhoria da qualidade assistencial. Na captação de órgãos, acolhem famílias e coordenam processos com sensibilidade e ética. Gestores de saúde, os profissionais também lideram equipes e inovam com clínicas, startups e cursos voltados ao bem-estar.
Na pesquisa, fortalecem práticas baseadas em evidências e avaliam políticas públicas. Em hemotransfusão, garantem a segurança de todo o processo com rigor técnico. Já como educadores, formam novos profissionais e disseminam conhecimento por meio de cursos e capacitações.
“A atuação da enfermagem fora do hospital mostra nossa capacidade de liderança, inovação e cuidado integral. Somos profissionais preparados para estar onde a saúde precisa de transformação”, conclui Cissa Cardoso.
A expansão da atuação da enfermagem para além do ambiente hospitalar evidencia a importância desses profissionais na estrutura do sistema de saúde. Seja na assistência direta, na gestão, na educação ou na pesquisa, a enfermagem se consolida como uma força essencial para a qualificação do cuidado e para o fortalecimento das políticas públicas de saúde no Brasil.
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