Coluna Magnavita | O fator Zema em 2026

O governador do estado de Minas Gerais, Romeu Zema, durante conversa com as influenciadoras Fátima Scarpa; Monica Salgado; Márcia Almeida; Manuela Touma; Ângela Dariva; Mônica Hial; Ludmilla Araújo; Camila Almeida; e Alessandra Mattar | Foto: Cláudio Magnavita

Poucos governadores conseguem, no seu segundo mandato, manter a popularidade e a sua identificação com o eleitor, como o governador de Minas, Romeu Zema. No sábado, 24, ao participar da inauguração do Hotel Vila Galé, em Ouro Preto, ele deu uma demonstração de força eleitoral e do quanto pode ser um nome forte nas cartas embaralhadas de 2026.

Para o evento de inauguração do 5 estrelas — investimento que foi captado no seu próprio mandato, e construído em apenas 16 meses, reformando um histórico prédio dos salesianos — a rede hoteleira trouxe jornalistas de todo o país. Na coletiva de imprensa, na qual o empresário Dr. Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Vila Galé, com 35 hotéis em Portugal, Espanha, Cuba e 12 no Brasil, reconheceu a importância da atuação do estado, Zema foi questionado se não estava na hora, depois de JK, do Brasil ter um presidente mineiro? Antes da resposta, a plateia aplaudiu calorosamente.

A edição do Correio da Manhã destacando a inauguração do Vila Galé Collection Ouro Preto nas mãos do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, ladeado pelo secretário de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira (e); e o publisher e diretor de Redação do Correio da Manhã, Cláudio Magnavita (d) | Foto: CM

Zema teve, na sequência, uma conversa com as principais influenciadoras mineiras nas redes sociais. Juntas — Fátima Scarpa; Monica Salgado; Márcia Almeida; Manuela Touma; Ângela Dariva; Mônica Hial; Ludmilla Araújo; Camila Almeida; e Alessandra Mattar — elas chegam a 15 milhões de seguidores. A conversa ao vivo e com perguntas duras foi deliciosa. Um governador entrevistado por oito mulheres de destaque e falando para um público feminino, coisa que nem Lula e nem Bolsonaro teriam condições de fazer de forma tão confortável.

Papo franco, no qual ele fala do casamento que durou 14 anos, depois de seis meses de namoro e que lhe deu dois filhos. Falou da sua trajetória profissional precoce, quando ajudava o pai em uma loja de autopeças e como eram acordados na madrugada para socorrer clientes em situação de emergência.

Zema é de uma franqueza inacreditável para um político. Revelou com tranquilidade o seu processo de análise, que como paciente lutava para melhorar a autoestima; do seu conhecimento sobre o estado quando pessoalmente cuidava da abertura da unidades de suas redes de loja, até completarem 200; da sua decisão de abraçar a política para fazer a diferença e ajudar o seu estado. Poucos políticos confessam que procuram se cercar de quem sabe mais como auxiliares: “Quando o meu secretário de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira, fala sobre o barroco mineiro e do nosso patrimônio histórico eu fico fascinado. Sempre procurei me cercar de pessoas que são especialistas na área”, afirma Zema, sem a menor vaidade.

Com as influenciadoras falou do seu sotaque, que, para muitos, é caipira, mas que para ele é motivo de orgulho, sendo aplaudido pelas entrevistadoras.

“Tenho muito medo de me deslumbrar pelo poder. Por isso abri mão do Palácio Mangabeiras, onde tinha 36 funcionários, e moro em um apartamento alugado, com uma única empregada que pago do meu bolso”, revela o governador mineiro.

“O meu sucessor é quem vai inaugurar as grandes obras. Vou deixar um estado como um canteiro de grandes obras, mas com verbas carimbadas para garantir a conclusão”, diz Zema, que afirma que vai deixar o governo para participar do jogo de 2026.

No final da entrevista, com as influenciadoras hipnotizadas, ele posou para as fotos e falou da sua solteirice, se for eleito presidente: “Se for eleito, o país terá a sorte de não ter uma Janja a meu lado”. Todos caíram na gargalhada.

Este jeito Zema de fazer política é um ingrediente que está preservado das disputas entre direita e esquerda, com as cartas sendo embaralhadas pelo STF e o fracasso de popularidade do Governo Federal. A sua missão agora será levar para o país o resultado de um governo que nunca ocupou as manchetes por escândalos. Minas é um colégio eleitoral fundamental na eleição presidencial. Muitos marqueteiros afirmam que Minas decide uma eleição.

É o culto à autoestima mineira, aos valores mineiros resgatados por Romeu Zema, descendentes de calabreses, que giraram no final do século 19 da cidade de Armo para o Brasil, que pode funcionar. A exemplo de Juscelino Kubitscheck, que resgatou os valores nacionais a partir da valorização da sua mineiridade, o governador poderá fazer o mesmo, em um momento no qual o brasileiro anda triste com seu próprio país, dividido e carente de quem governe com paz e muito trabalho, sem perder tempo com brigas inúteis.

Luís Faro Ramos, embaixador de Portugal no Brasil, também recebeu a Medalha da Inconfidência, maior honraria concedida pelo governo mineiro, das mãos de Romeu Zema | Foto: Cláudio Magnavita


O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, cumprimentando o fundador e presidente do Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, que recebeu a Medalha da Inconfidência | Foto: Cláudio Magnavita


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