Escolha e aplicação correta influencia diretamente no rendimento e na saúde dos animais
Até este sábado (31), Petrópolis recebe a X Exposição Especializada do Cavalo Mangalarga Marchador, etapa oficial do circuito nacional da raça, sediado no Parque Municipal Prefeito Paulo Rattes, em Itaipava. O evento, que se destaca com avaliações e provas praticadas pelos equinos, destaca para além da beleza e da técnica dos animais em pista, a atenção para aspectos menos visíveis, mas fundamentais no desempenho dos cavalos: as ferraduras.
Segundo Luiz Gustavo Tenório, consultor técnico da Mattheis Borg/Mustad Brasil, que funciona em Petrópolis há mais de 130 anos, com produção anual de 16 milhões de peças, são comuns dois tipos de ferraduras usadas nestes casos, cuja diferença é o próprio metal, que têm características extremamente específicas e que vão refletir na sua funcionalidade.
“O ferro por si só é mais pesado, absorve menos impacto, ou seja, vibra mais e tem um coeficiente de atrito menor, escorregando com muito mais facilidade. Já o alumínio é muito mais leve, vibra menos, absorve mais impacto e tem alto coeficiente de atrito”, detalha.
De acordo com o especialista, as diferenças impactam diretamente o rendimento dos animais nas pistas.
“O alumínio é uma ferradura muito utilizada para cavalos de esporte de alta velocidade. Quanto menos peso esse indivíduo tiver carregando, melhor será o seu resultado no tempo. Outra característica é a maior aderência, a menor vibração, ou seja, ele amortece mais impacto naturalmente”, explica.
No caso do Mangalarga Marchador, o tipo utilizado também precisa considerar a frequência e a repetição dos movimentos. “Existe uma sensação de que o peso é o que vai fazer o grande diferencial, sendo que as provas de marchas têm uma grande duração e é um movimento com muita repetição e de alta frequência. Então o alumínio passa a ter uma característica muito mais importante para esses animais do que o peso da própria ferradura, que é a sua capacidade de absorção de impacto, menor vibração e também a questão da aderência ao terreno”, pontua Luiz Gustavo.
Ainda segundo Tenório, não há no mercado um modelo específico em alumínio para cavalos de marcha.
“Existe uma adaptação das ferraduras produzidas com destino ao cavalo de corrida ou ao animal de enduro equestre. O ferrador tem um papel fundamental, porque é ele quem vai preparar esse casco, vai observar o comportamento desse casco entre um intervalo e outro e principalmente vai observar e vai dialogar com o treinador, com o cavaleiro a dinâmica e o desempenho do movimento desse animal. Em cima dessas observações se define qual é a ferradura mais adequada para esse indivíduo”, completa.
Fotos: Leandro Gasparetti