Raphaela Cordeiro
Costureiras de Petrópolis vão receber apoio de um projeto que pretende investir mais de R$ 65 mil para ajudar mulheres da profissão, que foram impactadas pelas chuvas que atingiram a cidade. Durante três meses, a iniciativa vai auxiliar 52 mulheres afetadas pelo desastre. O Fundo de Apoio às Costureiras de Petrópolis tem mapeado desde abril, costureiras do município cujos negócios foram impactados pelo acontecimento e vai auxiliá-las com apoio psicológico, vales cestas básicas, maquinário e vales tecidos.
“Quando teve a enchente em Petrópolis a gente pensou como poderíamos apoiar e olhar para a questão da moda, porque a gente sabe que a cidade é um polo têxtil super importante. Então a gente entendeu que o pós tragédia seria muito desafiador para as pessoas que faziam parte desse setor da moda, especialmente as costureiras”, explicou Raísa Martins, coordenadora do Instituto C&A.
As costureiras também vão ter acesso a workshops sobre empreendedorismo, que podem auxiliar nos negócios com precificação, atendimento ao cliente e gestão, além de suporte emocional durante as atividades. Foram selecionadas as profissionais mais afetadas economicamente, de acordo com suas maiores necessidades. “A gente fez um levantamento, uma pesquisa, com mais de 50 mulheres, visitando as casas e fazendo uma análise quantitativa e qualitativa do que elas estavam precisando, como a gente poderia apoiar e qual era o cenário das costureiras depois do que aconteceu. A partir disso a gente conseguiu entender os principais focos e o que elas mais precisavam”, explicou Raísa.
Petrópolis foi escolhida, não só pela tragédia de fevereiro que afetou muitos setores, mas também por ter um histórico importante dentro do setor têxtil, tendo confecções e polos de moda de sucesso. “Entendendo que o setor da costura e da moda é um fator muito importante para a economia da cidade de Petrópolis. Então quando a gente olha para essas costureiras, a gente também está olhando para o desenvolvimento econômico e para a retomada dessas atividades que são tão importantes, não só na Rua Teresa mas também em outros polos de produção e consumo têxtil na cidade”, disse Raísa.
O instituto atua no fortalecimento de comunidades por meio da moda no voluntariado corporativo e no fomento ao empreendedorismo de grupos em maior vulnerabilidade social. A instituição também realiza ajudas humanitárias em situações de calamidade pública e crises emergenciais.
