Neste próximo dia 16 de março de 2025, a cidade de Petrópolis comemora 182 anos de existência | Foto: Thiago Alvarez/CM
Por Gabriel Rattes
Neste próximo dia 16 de março de 2025, a cidade de Petrópolis comemora 182 anos de existência. A charmosa ‘Cidade Imperial’ do estado do Rio de Janeiro, é um destino turístico popular, conhecido por sua história rica e paisagens deslumbrantes. Mas, como é viver ou visitar a cidade sob a perspectiva de quem vem de fora? O que atrai estrangeiros para esse pedaço de história e natureza, e o que eles veem que, muitas vezes, passa despercebido pelos olhos locais? Nesta matéria especial do aniversário de 182 anos de Petrópolis, exploramos as impressões de visitantes e moradores estrangeiros que escolheram o município como cenário de sua experiência no Brasil.
O servidor público federal e morador da cidade do Rio de Janeiro, Ronald Sharp Jr, frequenta a cidade desde pequeno. O amor por ela fez com que comprasse uma casa em Itaipava para passar os fins de semana e feriados. “Sempre vi Petrópolis com glamour, charme e uma paisagem natural e arquitetônica que me fascinaram e ainda me encantam até hoje. Adoro a gastronomia e a cortesia da gente de Petrópolis. Frequento a cidade porque meus avós tinham casa em Teresópolis e às vezes íamos visitar a Cidade Imperial”, enfatizou
Os pontos turísticos e atividades que mais chamam atenção de Ronald quando se fala em Petrópolis são o Museu Imperial, Cervejaria Boehmia, Bauernfest (festa alemã), as trilhas de caminhadas nos distritos e desfrutar dos restaurantes locais. “A minha experiência mais marcante foi no ano passado, quando os alunos do Colégio Cruzeiro do Rio de Janeiro, de origem alemã, dançaram na Bauernfest. Foi um momento que juntou a cidade que amo, a celebração da cultura alemã e o Colégio Cruzeiro, do qual sou vice-presidente da mantenedora (Sociedade de Beneficência Humboldt)”, disse.
Importância histórica
A cidade de Petrópolis foi palco de importantes eventos políticos, como a assinatura de tratados e decretos, além de ser um centro de desenvolvimento cultural e arquitetônico. A cidade abriga o Museu Imperial, que preserva o legado da monarquia brasileira, e seu centro histórico é repleto de construções que refletem o estilo europeu da época. A importância de Petrópolis vai além de sua conexão com a monarquia, sendo um símbolo da história e da cultura do Brasil no período imperial. “O passado imperial, a colonização alemã – meus pentavós e tataravós eram alemães – e a efervescência musical, desde o Coral dos Canarinhos ao Rock The Mountain, são as características históricas que mais me atraem e fascinam pela cidade”, apontou Ronald Sharp Jr.
A rica história também é um ponto abordado por guias turísticos para atrair visitantes para a cidade. Daniela Bitencourt é guia de turismo da cidade do Rio de Janeiro e realiza diversos roteiros em Petrópolis. “Vender Petrópolis é bom porque é perto e tem muitas histórias que as pessoas amam ouvir. É uma cidade que respira história e dá sempre vontade de voltar. A primeira referência de Petrópolis, é a história D.Pedro II”, enfatizou Daniela.
A guia também apontou outros pontos que os visitantes apreciam. “A segurança da cidade e uma boa cerveja – sempre atrai os amigos. Eles costumam ir aos passeios e já perguntam quando será o próximo. É sempre bom retornar à cidade novamente”, afirmou.
Muito a oferecer
Também conversamos com uma guia de turismo local para apresentar quais são as opiniões e pontos de vista dos visitantes sobre a cidade. Ana Beatriz de Oliveira é petropolitana e faz parte da Associação de Guias de Turismo de Petrópolis desde 1996. Ana afirma que os turistas que vêm pela primeira vez se surpreendem com a quantidade de atrativos. “Muitos imaginam que a cidade é pequena por ficar no interior do Estado do Rio de Janeiro. Inicialmente muitos vêm por causa do Museu Imperial e aqui descobrem que a cidade tem muito mais a oferecer. As atrações são muitas, mas sem dúvida o Museu Imperial, o Museu Casa de Santos Dumont, o Palácio de Cristal e o Centro Cultural Sesc Quitandinha são os pontos turísticos que mais encantam os visitantes”.
Quais são as principais dúvidas dos turistas sobre a cidade? A guia respondeu que eles realizam principalmente perguntas sobre geografia, como altitude e população. “As crianças são mais curiosas e perguntam mais sobre como a família imperial vivia, se tinham cachorros ou do que gostavam de brincar. Para responder, pesquiso muito, em livros, revistas especializadas e em sites como o do IHP, IBGE. Sempre procuro explicar de forma compreensível, na linguagem apropriada à idade do interlocutor”.
Quanto às portas de entrada para Petrópolis, a guia apontou que os principais eventos que chamam atenção são: Bauernfest, Natal Imperial, mas sem esquecer da Deguste, Sarau Imperial, Bunka Sai, Serra Serata, Rock The Mountain e Moto Fest. “Petrópolis é tão rica em cultura e eventos que uso todos para divulgar a cidade e meu trabalho”.
Mas muito a melhorar
Embora Petrópolis encante por sua história e belezas naturais, a cidade também enfrenta desafios que merecem atenção e reflexão, impactando a experiência de quem visita ou reside nela. “Precisamos cuidar das áreas de embarque e desembarque de turismo, retirando de circulação os “flanelinhas” que insistem em estacionar automóveis nessas áreas. Por falar nisso, nosso asfalto e calçamento também precisam de uma atenção especial. Valorizar os profissionais que trabalham com os turistas também é importante, porque somos nós que fazemos o papel de embaixadores da cidade, recepcionando e orientando os nossos visitantes, levando o nome de Petrópolis muito além das nossas fronteiras”, enfatizou Ana Beatriz.
Mesmo assim, a guia afirma ser muito orgulhosa de ter nascido nesta terra linda, de “personagens tão importantes e de povo tão acolhedor”. “Amo muito essa e, por isso mesmo, sou suspeita para falar o que mais gosto: o clima, o povo, as belezas naturais e arquitetônicas, a gastronomia…tudo isso faz de Petrópolis um lugar único, mas sei que a cidade tem problemas e vejo que esses problemas são solucionáveis”, finalizou.
