Após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que confirmou a inelegibilidade de Joacir Barbaglio Pereira (Republicanos) reeleito prefeito do município de Três Rios nas Eleições de 2024, foi determinada a realização de uma eleição suplementar, que definirá o novo chefe do Executivo, em 2025. O reflexo do veredito já ecoa nas instâncias políticas da cidade trirriense, ex-candidatos que participaram da corrida eleitoral pretendem concorrer novamente. E novas figuras ativas na Câmara Municipal também visam ingressar na disputa.
No pleito de 2024, que decidiu quem assumiria a cadeira da Prefeitura Municipal durante os quatro anos (2025-2028), eram cogitados quatro nomes para a vaga, sendo eles: Celso Jacob (MDB), que foi inapto, não podendo concorrer, por conta de condenações ligadas a irregularidades cometidas enquanto exercia dois mandatos seguidos na prefeitura de Três Rios, entre 2001 e 2008; Joacir Barbaglio (Republicanos) que venceu com 28.632 votos; Rossimar Caiaffa (PRTB) recebeu 2.477 votos; e Vinicius Farah (União), que era um dos possíveis a seguir para o segundo turno com Joa, teve 14.687 dos votos válidos.
Dessas figuras, até o momento, dois políticos manifestaram o desejo de concorrer às eleições suplementares, sendo eles Rossimar Caiaffa e Celso Jacob. Por conta do currículo político, Jacob, que ainda segue inapto, disse ao Correio por meio da assessoria que tentará recorrer da decisão para disputar o pleito. Já Rossimar afirmou que vai entrar na disputa com uma possível alteração na chapa, que concorreu inicialmente. “Teoricamente, tenho um único partido, o PRTB. Se eu conseguir uma aliança com outro partido, poderemos alterar a chapa. Se não conseguir aliança, teoricamente, a chapa seria a mesma se a candidata a vice-prefeita Ludmilla Coimbra (PRTB) aceitar a posição, senão terei que arrumar outra pessoa”, explicou.
Novidade
A vereadora Bia Bogossian (PSD), cogita lançar a pré-candidatura. Ela que está exercendo o segundo mandato como vereadora na Câmara Municipal, expressa que após a confirmação das eleições suplementares, reforçou ao partido a vontade de concorrer à vaga. “Reforcei às lideranças do PSD que estou à disposição para disputar a Prefeitura e estamos avançando nas conversas, aguardando as definições do TRE-RJ. Vontade, projetos e energia não me faltam. Porém, além de ser um desejo pessoal para o qual me capacito sempre, só me coloquei como pré-candidata porque essa vontade vai além da minha”, contou.
O prefeito interino, Jonas Dico (Podemos), que assumiu a cadeira no início do mês de junho, também é um possível candidato, mas não respondeu se vai querer continuar no cargo ou voltar à presidência da Câmara Municipal.
Cenário
O cenário político de Três Rios mudou drasticamente, após a Câmara Municipal acatar uma medida proferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), frente ao indeferimento da candidatura do até então prefeito, por improbidade administrativa, cometida enquanto era presidente da Câmara Municipal de Três Rios.
Diante disso, políticos da cena refletem sobre a situação considerada histórica na região:
Bia Bogossian (PSD) – “Estamos passando por um fato inédito na política municipal e, antes de tudo, precisamos garantir que esse cenário de instabilidade não cause impactos negativos nos serviços públicos que chegam à população. As atividades em todos os setores precisam seguir, desde o abastecimento de medicamentos nas unidades de saúde até as obras que devem manter o ritmo conforme cada contrato. Por esse motivo, o Poder Legislativo ganha ainda mais força na fiscalização para acompanhar de perto cada ajuste ou reajuste que seja feito na Prefeitura”, enfatizou.
Rossimar – “O atual cenário político da cidade é algo assim, catastrófico. Porque a gente veio de uma eleição, onde o eleito, com percentual considerável dos votos, teve o registro de candidatura indeferido por conta de estar teoricamente inelegível. Os acontecimentos que, embora esperados, acabam nos surpreendendo, trazendo uma preocupação sobre a estabilidade do município”, ressaltou.
Eleições
Conforme o Tribunal Eleitoral Regional (TRE-RJ), as eleições suplementares ocorrem quando há indeferimento de registro de candidatura, cassação do diploma, perda de mandato do candidato eleito em pleito majoritário, independentemente do número de votos.
O TRE-RJ informou que cabe ao órgão elaborar a resolução sobre as eleições suplementares de Três Rios, com as regras e o calendário. Ressaltando que a norma tem que ser submetida e aprovada pelo Colegiado da Justiça Eleitoral Fluminense. Disse ainda que não há data prevista para a aprovação, apontando que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabelece anualmente um domingo por mês para a realização das eleições suplementares, porém elas devem ser realizadas neste ano. Conforme o calendário, as datas disponíveis são: 6 de julho; 3 de agosto; 14 de setembro; 5 de outubro; 9 de novembro; e 7 de dezembro.
Pronunciamento
Até o final desta edição, o ex-prefeito Joa não se manifestou sobre a decisão do TSE, ou sobre as novas eleições municipais.