A Câmara Municipal de Petrópolis promoveu nesta terça-feira (08) uma Audiência Pública para discutir sobre os problemas no transporte coletivo da cidade. O encontro ouviu moradores, trabalhadores do setor e autoridades, buscando soluções concretas para a crise que afeta diariamente milhares de usuários e rodoviários
A iniciativa foi presidida pelo vereador Júnior Coruja e contou com a participação dos vereadores Wesley Barreto, Thiago Damaceno, Tiago Leite, Léo França e das vereadoras Professora Lívia e Júlia Casamasso, além do defensor público Doutor Leonardo Meriguete, Glauco Paulino, presidente do sindicato dos rodoviários, Luciano Moreira, presidente da CPTRANS, Júlio César, coordenador do transporte público da CPTRANS, Doutora Márcia Pires, presidente da comissão de trânsito da OAB – Petrópolis, e Doutor Paulo Roberto, vice-presidente da OAB – Petrópolis.
Entre os principais problemas relatados estão o atraso no pagamento de salários e benefícios dos motoristas e cobradores, o que gera insegurança e risco de paralisações. Além disso, a proposta de aumento na tarifa causa indignação, especialmente diante da baixa qualidade do serviço prestado. Também foi relatada dificuldade no embarque e desembarque dos veículos que atendem o corredor, com destaque para as linhas 600 e 700.
A audiência também debateu o retorno dos horários e linhas que foram desativados e a falta de diálogo com as comunidades. Moradores de bairros como Santa Mônica, Secretário, Vila Eptácio, Olga Castrioto e Araras relatam dificuldade para se deslocar, principalmente nos fins de semana e no período noturno.
“Tem ônibus que só passa de duas em duas horas. Outros nem circulam mais. Isso atrapalha tudo: ir ao médico, trabalhar, estudar”, afirma uma moradora da Vila Eptácio que gravou seu relato.
A frota de ônibus envelhecida e mal conservada também é alvo de críticas. Quebras constantes prejudicam o dia a dia dos usuários, que enfrentam atrasos, superlotação e incertezas sobre os horários.
“A população de Petrópolis sofre com um sistema de transporte cada vez mais precário. Os ônibus atrasam, quebram e as linhas mudam sem aviso. Os trabalhadores ficam sem receber salário em dia, e a situação é insustentável. A gente precisa de um modelo de gestão que garanta transparência, eficiência e que respeite o usuário e o rodoviário. É por isso que propomos o Fundo Único, uma forma de centralizar os recursos do transporte para que eles sejam usados de forma justa e equilibrada”, afirmou o vereador Júnior Coruja.
Para os rodoviários, o cenário também é preocupante. Muitos trabalham em condições precárias, com jornadas exaustivas, sem estrutura adequada nas garagens, e enfrentam atrasos nos salários