Com a chegada dos meses mais frios, cresce também a preocupação dos especialistas com a saúde do coração. O cardiologista e arritmologista Tayene Quintella explica que durante o outono e o inverno a ocorrência de infartos, AVCs e outras complicações cardiovasculares aumenta em pelo menos 30%. “Esse aumento não é por acaso. O frio faz com que os vasos sanguíneos se contraiam para conservar calor, o que eleva a pressão arterial e sobrecarrega o coração. Para quem já tem hipertensão, diabetes, colesterol alto ou histórico de doença cardíaca, essa combinação pode ser o gatilho para um evento grave como infarto ou eventos cerebrovasculares”, afirma.
Além dos efeitos do frio no corpo, a mudança de hábitos nesse período agrava a situação. Muita gente deixa de praticar exercícios, se alimenta de forma menos saudável, esquece de se hidratar e até negligencia os medicamentos. “Tudo isso contribui para um cenário mais perigoso para o sistema cardiovascular. Mesmo quem nunca teve um problema cardíaco pode sofrer um evento sério no inverno se não tomar cuidado. O frio não escolhe apenas quem já é doente, ele aumenta a exigência do coração para todos”, explica o médico.
Pessoas com mais de 60 anos, fumantes, sedentários e quem já teve um evento cardíaco antes precisam estar ainda mais atentos. Para reduzir os riscos, Tayene recomenda manter o uso dos medicamentos conforme a prescrição, não interromper os exercícios, apenas adaptá-los a horários mais quentes do dia, cuidar da alimentação evitando excessos de sal e gordura, se agasalhar bem inclusive dentro de casa, e não esperar sentir sede para se hidratar. “E sobretudo não ignorar sinais de alerta. Dor no peito, falta de ar, tontura, fraqueza em um lado do corpo ou dificuldade para falar devem ser avaliados imediatamente. Muitas vidas se perdem porque as pessoas esperam os sintomas passarem”, alerta.
Segundo o cardiologista, este também é um bom momento para fazer exames e avaliar as condições gerais de saúde. Checar a pressão, colesterol, glicemia e realizar exames indicados pelo médico ajuda a identificar riscos antes que eles se transformem em emergências. “Prevenir sempre será melhor do que correr contra o tempo no pronto-socorro. Cuidar do coração no inverno é um investimento que evita sofrimento para o resto do ano”, defende.
O médico reforça que o inverno não precisa ser um inimigo. Com cuidados simples e atenção aos sinais do corpo, é possível atravessar os meses frios com saúde. “Se você se prepara, se protege e mantém hábitos saudáveis, pode passar por essa estação sem sustos. O coração agradece”, conclui Tayene Quintella, que atende pacientes em Petrópolis, Teresópolis, Rio de Janeiro e Niterói, com foco no diagnóstico e tratamento das doenças cardíacas e arritmias.