Em meio às discussões referentes às Bets e aos “jogos do tigrinho”, as prefeituras de Petrópolis e Teresópolis estão “surfando na onda” das apostas e decretaram recentemente, a criação das loterias municipais. Curioso é que os dois municípios passam por situações financeiras complicadas. Petrópolis devido à queda na arrecadação do ICMS e dívidas deixadas por gestões anteriores, e Teresópolis com os precatórios milionários. A medida, pelo que parece, surge como alternativa para aumentar a arrecadação. Embora seja legal, surgem vários questionamentos de como o serviço funcionará; dentre eles, qual o valor do prêmio e de que forma os executivos vão gerir o valor arrecadado. Ele entrará na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei Orçamentária Anual (LOA)? Cabe ainda uma ressalva no sentido social. Estudos indicam que as apostas podem se tornar vícios e prejudiciais à saúde. Em 2024, durante a CPI no Senado da Manipulação de Jogos, o professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), Hermano Tavares, ressaltou que as autoridades têm a responsabilidade de alertar a população sobre os malefícios mentais e financeiros. Contudo, conscientizar a população para um “jogo” criado pelo próprio município, não aparenta ser algo que o executivo fará.
Surfando na onda
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