No Dia Mundial do Cérebro, neurologista destaca hábitos que prejudicam a saúde mental e dá dicas para manter o cérebro ativo e mais saudável
O cérebro também envelhece e, assim como outros órgãos do corpo, pode sofrer desgaste precoce sem o cuidado adequado. No Dia Mundial do Cérebro, celebrado em 22 de julho, o Dr. Gustavo Fernandes, neurologista do Hospital Santa Teresa, alerta para os impactos trazidos pelo estilo de vida moderno sobre a saúde cerebral e reforça a importância da prevenção desde cedo para evitar o envelhecimento cerebral antecipado.
O estresse crônico, o sedentarismo, a má alimentação, o uso excessivo de álcool e drogas, a privação de sono e o isolamento social estão entre os principais vilões da saúde mental. “Esses fatores afetam diretamente a estrutura e o funcionamento do cérebro. O excesso de cortisol, por exemplo, liberado em situações de estresse constante, pode comprometer os neurônios e acelerar o processo de envelhecimento do cérebro”, explica o especialista.
Outro ponto de atenção é a exposição prolongada a telas. O uso excessivo de celulares, tablets e computadores não só reduz a qualidade do sono pela inibição da melatonina causada pela luz azul tipicamente emitida por esses aparelhos, como também prejudica a concentração, aumenta o risco de ansiedade e promove uma sobrecarga mental ligada à multitarefa digital. “Esse estilo de vida moderno acelera o envelhecimento cerebral, reduz a capacidade de foco, aprendizado e pode contribuir para doenças neurodegenerativas no futuro”, alerta o Dr. Fernandes.
Embora as primeiras alterações cerebrais comecem por volta dos 30 anos, com quedas na formação de novos neurônios, nos níveis de atenção, na memória de curto prazo e na velocidade de raciocínio, os cuidados devem começar antes, ainda na juventude. “A boa notícia é que nunca é tarde. Mesmo aos 50 ou 60 anos, mudanças no estilo de vida podem melhorar a função cognitiva e ajudar na prevenção de doenças neurodegenerativas”, afirma o neurologista.
Entre os sinais de alerta que indicam possível comprometimento da saúde cerebral estão esquecimentos frequentes, dificuldade de concentração, alterações repentinas de humor, raciocínio mais lento e perda de interesse por atividades habituais. Para preservar o cérebro, o médico neurologista do Hospital Santa Teresa recomenda práticas simples e eficazes: manter uma rotina regular de atividade física, investir em uma alimentação balanceada rica em frutas, vegetais e gorduras boas, ter um sono de qualidade, cultivar laços sociais e exercitar a mente com leitura, jogos, aprendizado de novas habilidades e meditação.
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