Nos últimos anos as empresas Petro Ita e Cascatinha eram responsáveis por gerar insegurança aos petropolitanos, seja pela incerteza do veículo chegar ao destino final, e pelos riscos à vida dos passageiros. Embora não atuem mais na cidade, a insegurança permanece quando se trata de transporte público. Somente em 2025, rodoviários da empresa Turp Transporte realizaram três paralisações devido à falta do pagamento de salários. Apesar de legítima, a forma como os rodoviários reivindicam seus direitos, afeta e muito a vida do petropolitano, que agora vive na incerteza se em determinado dia do mês, terá ou não o ônibus para ir ao trabalho.
Com a saída da Petro Ita e Cascatinha, a Turp assumiu novas linhas, fora que é responsável por uma das mais importantes, a 700 – Terminal Itaipava – que liga o centro aos distritos. Ademais também operar a 606 – Alcides Carneiro – que faz o trajeto até um dos hospitais da cidade. Cabe ressalta que a última paralisação durou 32 horas. Quem precisava ir trabalhar, realizar algum exame, consulta, teve buscar outras formas de locomoção. E mesmo com a praticidade hoje do transporte alternativo, o custo de uma viagem pelo aplicativo é muito superior ao da tarifa de ônibus, o que fere parte da população em ter o direito de ir e vir.
Até que ponto “parar a cidade” como protesto é viável? Claro que a empresa tem a responsabilidade de garantir o pagamento em dia, assim como os benefícios da categoria; todavia, é preciso que o município intervenha nessas ocasiões, afinal tem a CPTrans como órgão regulador. Ora, existem leis que garantem a qualidade do serviço, até mesmo o não aumento da tarifa na cidade, porque ainda existe uma grande dificuldade para a CPTrans “controlar” a situação? Na capital fluminense a crise no BRT se estendeu por anos até que Eduardo Paes assumisse o serviço. Em Umuarama (PR), o cenário se repete. Será esse o novo modelo ideal, o município gerindo o transporte?
Pode-se afirmar ainda que, além dos desgastes tanto dos profissionais, quanto da população, existe ainda a insegurança jurídica que se torna outro ponto a ser discutido. Basta olhar o histórico de relacionamento das empresas de ônibus com o executivo municipal. Nos últimos 15 anos, cinco empresas deixaram de operar na cidade por decreto de caducidade. Nada mudou, haja vista a discussão da tarifa segue na justiça. Portanto, fica claro que é preciso uma reformulação a fim de garantir um transporte de qualidade para a população, além disso, garantir os direitos dos profissionais que atuam no sistema rodoviário, e por fim o término da insegurança na prestação do serviço e jurídico.