Na audiência desta terça-feira (22), na 4ª Vara Civil, ficou acordado que a tarifa dos coletivos urbanos deve retornar para os valores que eram praticados até o dia 21 de julho, ou seja, R$ 5,30 para os pagamentos em dinheiro e R$ 5,15 para as cobranças feitas nos cartões de bilhetagem eletrônica. Também ficou estabelecido pelo o Juiz da comarca, Jorge Luiz Martins, que haja ressarcimento do valor de R$ 5,90 pago pelos passageiros que transitaram na terça (22). Em resposta, o sindicato das empresas de ônibus de Petrópolis (Setranspetro), informou que informa que vai identificar todos os cartões que transacionaram e o crédito entrará automaticamente no cartão do cliente.
Na sessão, o Setranspetro reconheceu que não respeitou a homologação do reajuste tarifário na justiça, e então procedeu com o aumento sem respeitar o processo jurídico. “O Setranspetro tomou ciência dos autos do processo no dia 16 de julho e com isso interpretou que o reajuste tarifário deveria acontecer a partir dos primeiros minutos do dia 22 de julho”, disse o advogado representante do síndico nos autos do processo.
O reajuste de R$ 5,90 representaria um aumento de 11,3% em relação à tarifa, de R$ 5,30, e o valor foi definido com base em custos operacionais e em convenções coletivas realizadas em 2024 e 2025, que garantiram aumentos de 5% nos salários dos trabalhadores e de 18,2% no valor da cesta básica.
Frente ao cenário, Luciano Moreira, Presidente da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPtrans), ressaltou que reconhece a necessidade de reajuste, porém deve haver um equilíbrio no que diz a qualidade do serviço prestado à população.
A CPtrans também destacou que a implementação do novo valor tarifário pela Setranspetro sem autorização do judiciário, foi errada extrapolando os procedimentos.
O juiz decidiu então que o valor voltasse ao habitual. Apesar disso, o Setranspetro, sindicato das empresas de ônibus, ressaltou que os valores fixados desde 2023, são considerados defasados em relação aos custos atuais do sistema de transporte. Fator que tem provocado um desequilíbrio econômico e financeiro nos contratos, e que afeta a qualidade dos serviços. Destacando o atual cenário da Turp, que afirma que pela condição financeira não tem conseguido arcar, dentro do prazo, com salários e benefícios dos rodoviários. Uma nova audiência foi agendada para esta quarta-feira (23), também na Quarta Vara, para dar continuidade sobre a situação do transporte público em Petrópolis.
Paralização
Pelas alegações de crise financeira da Turp, os funcionários vêm constantemente organizando paralisações para reivindicar os direitos. Na terça-feira (22) não foi diferente, os rodoviários entraram em paralisação, a terceira em menos de um mês. Em relação a isso, a CPtrans informou que tem conversado com a empresa TURP, para que os serviços sejam normalizados o mais rápido possível, pois até o fechamento desta edição, não houve retorno.