A paralisação dos funcionários da Turp Transporte, que afetou o transporte público de Petrópolis por mais de 24 horas, foi encerrada na manhã de quarta-feira (23). A operação dos ônibus foi sendo retomada ao longo do dia, após uma negociação entre os trabalhadores, a direção da empresa e o Sindicato dos Rodoviários. O motivo da greve foi o não pagamento do adiantamento salarial, que deveria ter sido depositado até o dia 20, conforme o acordo coletivo da categoria. Diante do atraso, os rodoviários decidiram não tirar os ônibus da garagem na manhã de terça-feira (22), deixando bairros da cidade sem cobertura da empresa.
Após pressão da categoria e com a presença do sindicato na garagem da empresa, a Turp se comprometeu a quitar os valores atrasados até esta sexta-feira (25). Com isso, os trabalhadores suspenderam o movimento. Em nota divulgada às 16h10 de quarta-feira (23), a Turp informou que foi firmado um acordo entre a diretoria da empresa e seus colaboradores. Segundo o comunicado, “todos estão comprometidos a cooperar para a busca do equilíbrio do sistema de transporte, mantendo a operação dos ônibus”.
Terceira paralisação da Turp em 2025
Esta foi a terceira greve enfrentada pela empresa somente em 2025, todas por problemas salariais. A situação reforça o alerta sobre a crise interna da Turp, que também lidera o ranking de viagens perdidas no sistema de transporte coletivo da cidade.
De acordo com relatório da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), a Turp não realizou 2.280 viagens em junho, número 2,53% maior do que o registrado em maio. O dado reforça a preocupação de passageiros com a confiabilidade da empresa.
Transporte afetado e sistema pressionado
Durante a paralisação, apenas os ônibus das empresas Cidade das Hortênsias e Cidade Real circularam. O número reduzido de veículos nas ruas provocou atrasos, superlotação e reclamações dos usuários em várias regiões de Petrópolis.
A Turp alegou que enfrenta dificuldades financeiras, assim como outras empresas do setor, e que vem buscando alternativas para manter as atividades. A companhia afirma que está empenhada em regularizar a situação dos trabalhadores e continuar operando.
A paralisação ocorreu em meio a debates sobre o reajuste da tarifa de ônibus na cidade. A CPTrans já apresentou uma proposta de cálculo à Justiça, mas esclareceu que os valores solicitados pelas empresas estão acima do necessário. A autarquia diz estar priorizando medidas para aumentar a eficiência do sistema.
Questionamentos à Prefeitura
Apesar do encerramento da greve, ainda permanecem dúvidas sobre o posicionamento da Prefeitura de Petrópolis diante da instabilidade da empresa. Questionamos o Executivo se há um plano emergencial para garantir o transporte público caso uma nova paralisação ocorra. Também foi questionado quais providências estão sendo tomadas após a Turp registrar três paralisações em menos de sete meses. A reportagem aguarda retorno da Prefeitura sobre esses pontos.