“A vida pede independência”, foi essa frase que a vereadora Gilda Beatriz (PP) justificou a criação da Frente Parlamentar em defesa da vida e da família, instituída na Câmara Municipal de Petrópolis, na última semana. O objetivo é a criação de um espaço de interlocução entre parlamentares e sociedade civil, para uma comunicação maior envolvendo entidades públicas, privadas e a sociedade, que visam defender e garantir as políticas em defesa dos valores familiares que se oponham a legalização do aborto.
Segundo a vereadora, a frente foi criada inicialmente em 2013, no primeiro mandato dela, sendo renovada nas demais legislaturas, com o princípio de defender a vida e solidificar a família como base da caminhada do indivíduo, levantando a bandeira pró-vida, movimento social e político que se opõe a prática do aborto, defendendo a concepção da vida até a morte natural. “Já tem mais de 10 anos do projeto na Casa Legislativa. 7 de setembro, pedimos a vida pede independência. Então vamos sim ser a voz desses bebês que estão na barriga dessas mulheres. Conscientizar e discutir com as mulheres a importância que é quando ela não está mais sozinha, quando ela está com o bebê na barriga”, disse Gilda, em sessão na Câmara.
Gilda continuou ressaltando a importância de preservar a vida do não-nascido. “Aqui a gente não vai fazer política, todo mundo sabe que essa parte é a legislação federal, mas é um dever, eu como mulher e legisladora, tenho que lutar aqui dentro pela vida. Vamos conversar com a mulher, conscientizar e ressaltar que o corpo da mulher em gestação não é só dela, pois está com o bebê na barriga. Porque quem vai dar voz à criança que está ali”, indagou.
Aborto
A parlamentar frente a experiência da própria vida, disse que muitas dessas mães, que fizeram aborto, se arrependem. Defendendo a criação da comissão, pois na perspectiva da mesma visa criar políticas de discussão para que o grupo feminino se sinta acolhidas, para que não realizem o aborto. “Como falei, muitas delas se arrependem, lá na frente podem querer ter um bebê e não conseguir e aí bate o arrependimento”, concluiu.
A comissão levantou um debate sobre o que realmente é a defesa da família. Uma internauta por meio das redes sociais questionou esse conceito. “Falar em “defesa da vida e da família” soa bonito no vídeo, mas, na prática, defender a vida é garantir que uma criança de quatro anos tenha professor na sala de aula. É garantir que recém-nascidos saiam do hospital com consulta marcada para dias, não meses depois. Defender a família é lutar para que mães sejam atendidas com dignidade nas maternidades do município, especialmente quando enfrentam a dor de perder um filho. É garantir acolhimento, atendimento psicológico e respeito. A única coisa que cabe à Câmara nesse debate é cobrar políticas públicas reais para proteger a infância e dar suporte às famílias”, expressou.
Composição
Os parlamentares que desejam participar da frente parlamentar, terão 30 dias para solicitar a adesão. E terão nomes publicados no Diário Oficial.