Uma intervenção da concessionária Águas do Imperador na “rotatória Bramil”, em Itaipava, reacendeu um debate antigo no distrito: quem se responsabiliza pelas obras deixadas pela metade? No local, que fica na Estrada União e Indústria — principal via que cruza o distrito — parte de um canteiro central foi escavado e teve uma árvore retirada. Desde então, terra e areia ficaram expostas na pista, sem qualquer sinalização ou acabamento definitivo.
O problema, além do impacto visual e ambiental, tem consequências diretas para a segurança viária. Recentemente, um motociclista que atua como entregador, se acidentou após perder o controle da moto ao passar por uma dessas áreas cobertas de areia solta. Ele segue sem condições de trabalhar. Houve protesto de outros motoboys que realizaram um buzinaço no local para chamar a atenção. “É um caso concreto que mostra como uma obra mal finalizada pode interferir diretamente na vida das pessoas”, afirma Alexandre Plantz, presidente da Unidos por Itaipava (UNITA).
A entidade, formada por moradores e representantes da sociedade civil do distrito, reforça que não se trata de criticar as obras em si — que são importantes para o saneamento da cidade — mas da falta de responsabilidade com o entorno ao fim das intervenções. “A população não é contra as obras. O que nos preocupa é que não há cuidado após a execução. A via precisa ser devolvida à cidade com segurança e dignidade. O que acontece em Itaipava se repete por toda a cidade”, diz Fabrício Santos, secretário da UNITA.
Além da cobrança à concessionária, o movimento também aponta para a responsabilidade da Prefeitura na fiscalização das ações da empresa. Como detentora do contrato de concessão, cabe à administração municipal garantir que todas as etapas — inclusive o acabamento e a limpeza das vias — sejam cumpridas. “Estamos falando de concessão pública. E a concessão precisa de acompanhamento e fiscalização. Estamos levando formalmente o caso às autoridades, reforçando a importância de protocolos mais rígidos para obras viárias e urbanas que impactem diretamente a rotina de moradores e trabalhadores do distrito”, afirma Alexandre Plantz.