No mês passado, o Conselho Nacional de Política Energética aprovou o aumento de 3% de etanol na mistura da gasolina. Com a medida, o combustível agora contém 30% de etanol. Assim também foi feito com o biodiesel, que aumentou de 14% para 15% no diesel. O Governo Federal comemorou a medida e alegou que terá como resultado, a redução nas importações, redução de emissões para a atmosfera e que haverá fortalecimento da produção de biocombustíveis e por fi m, ajudará a reduzir em até 20 centavos o preço por litro para o consumidor.
O Presidente Lula disse inclusive, que “a política de biocombustíveis é, para nós, um modelo que ninguém vai conseguir competir com o Brasil. O Brasil deu uma chance. Eu queria que vocês compreendessem que estamos tentando fazer o possível para esse país mudar de patamar”. Mas em meio a tantas promessas e benefícios citados, será realmente que essa redução chegará ao bolso do consumidor? A medida foi tomada durante uma reunião no Ministério de Minas e Energia (MME) e entrou em vigor nesta sexta- -feira (01). Mas basta olhar os postos de combustíveis para saber se efetivamente a redução chegou aos postos. Cabe ressaltar ainda que, com o aumento do etanol na mistura da gasolina, consequentemente os veículos consumirão mais combustível e os motoristas vão precisar retornar aos postos mais cedo.
Enquanto o Governo ainda afirma que a nova porcentagem também vai minimizar a dependência do mercado no exterior e a ampliação do uso de biocombustíveis do país, ou seja, ampliará o mercado para a agropecuária brasileira. Curioso que a atual gestão federal criticou e muito as medidas do governo passado sobre o agronegócio, principalmente durante os debates e a campanha eleitoral. Embora possa haver a redução no preço da gasolina, 70% ainda permanecerá “dependente” e sofrendo impacto do mercado exterior. A Petrobras com sua política de paridade de importação, a cada movimentação internacional relevante, altera o valor da gasolina repassado para as distribuidoras, que consequentemente, repassam para os postos e que jogam o custo no “colo” do consumidor final. Portanto, de uma forma ou outra, o brasileiro pagará mais no final das contas. Regionalizando, Petrópolis por exemplo, tem uma das gasolinas mais caras do Estado do Rio de Janeiro e os motivos são muitos, não que justifiquem o valor cobrado, mas há o frete, o aluguel, o preço das distribuidoras e por aí vai e com tanta justificativa, será mesmo que o petropolitano vai ver essa redução na bomba ao abastecer? Pouco provável.