Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose é comemorada entre os dias 10 a 16 de agosto
A Leishmaniose é uma das chamadas doenças tropicais negligenciadas, termo utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para classificar enfermidades que afetam, principalmente, populações mais pobres da África, Ásia e América Latina.
A doença é transmitida por mosquitos infectados com o protozoário Leishmania sp. – popularmente conhecidos como mosquito-palha ou birigui. A infecção é mais prevalente em zonas rurais e periféricas e pode se manifestar de duas maneiras. “A Leishmaniose pode ser dividida em dois tipos: a tegumentar (cutânea) e a forma visceral. A forma cutânea provoca úlceras na pele e na mucosa de vias aéreas superiores. Já a forma visceral pode acometer não só humanos, mas também os cães e alguns roedores após a picada do mosquito”, explica a Dra. Betania Bernardo, infectologista do Hospital Santa Teresa.
Os sintomas da doença variam conforme o tipo. Na forma cutânea, o primeiro sintoma perceptível é um caroço no local da picada, após algumas semanas ou até meses. Caso essa infecção se espalhe, mais caroços podem aparecer. Já a Leishmaniose visceral causa também episódios de febre irregular, com uma grande queda da imunidade, graças a diminuição de glóbulos brancos no organismo.
Embora não seja contagiosa, ou seja, não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra, a Leishmaniose merece muita atenção e cuidado. Sintomas como febre de longa duração, perda de peso, fraqueza, aumento do fígado e baço, além de lesões cutâneas que não cicatrizam estão entre os principais alertas.
No entanto, a Leishmaniose é, felizmente, tratável e curável. “O tratamento, disponibilizado pelo SUS, é feito por meio de medicações injetáveis e consiste no uso de fármacos para matar o parasita causador da infecção”, detalha a Dra. Betania. O diagnóstico pode ser feito clinicamente, mas precisa ser confirmado por exames específicos para identificar o parasita.
Ainda não há vacinação disponível para humanos, logo, a melhor estratégia ainda é a prevenção – principalmente em áreas endêmicas. “Essencial é a prevenção contra a picada do mosquito-palha através do uso de repelentes e de telas nas residências. Medidas simples como manter a limpeza de quintais, recolher restos de folhas e frutos apodrecidos, não deixar animais soltos na rua e evitar acumular entulhos e outros resíduos que deixam o ambiente úmido e propício para a proliferação do inseto. Para os cães existe vacina e coleira com repelentes disponíveis”, conclui a médica do Hospital Santa Teresa.