Por Leandra Lima e Gabriel Toledo (Estagiário sob supervisão/ com informações da Agência Brasil)
Nos primeiros sete meses de 2025 o município de Petrópolis abriu 503 vagas de empregos formais, ao todo foram 17.636 admissões. Só em julho, tiveram 2.623 contratações e 2.610 desligamentos, gerando um saldo positivo de 13 novos cargos ocupados por trabalhadores especializados. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, lançado na última semana.
Panorama do país
No cenário nacional os resultados foram baixos, no mesmo período o país abriu 1.347.807 vagas, queda de 10,35%, se comparado a 2024. Apesar da redução, os cinco setores admitiram pessoas. A área que liderou as contratações foi a de serviços, uma tendência seguida na “Cidade Imperial”, o setor que mais cresceu teve um saldo positivo de 118 cargos ocupados, consequência de 1.390 admissões e 1.272 desligamentos. Os homens foram os mais contratados, sendo 763, enquanto as mulheres ocuparam 627 das vagas preenchidas.
Em declínio na cidade, estão os setores de construção, com menos 69 vagas e de comércio que desligou mais que contratou, sendo 705 admissões e 775 demissões, gerando um saldo negativo de (-)55, vacâncias. Os resultados vão de contra ao marco do estado do Rio de Janeiro e nacional, onde o comércio lidera a segunda posição, na criação de empregos formais.
Em relação à queda no comércio o presidente do Sicomércio Petrópolis, Marcelo Fiorini, ressaltou que o número de vagas criadas no comércio pode variar nos primeiros meses do ano e, a tendência, é de que aumente a partir de outubro. “A aproximação do Natal, os setores do comércio e serviços começam a investir em novas oportunidades nos quatro últimos meses do ano. Obviamente o cenário econômico nacional segue como um termômetro, mas a expectativa é de aumento nas admissões geradas nos próximos meses, fortalecendo as vendas para a data comercial mais importante do setor”, afirma Fiorini.
Devido ao panorama, mesmo com um certo saldo positivo em algumas áreas, os petropolitanos falam da dificuldade de ingressar no mercado de trabalho. Para Daniela Soares, dona de casa, as oportunidades são mais difíceis para quem não tem experiência e para pessoas mais velhas. “Está bem complicado conseguir emprego. Já corri em vários lugares, coloquei currículo e até hoje não fui chamada. Penso que é mais difícil porque sou mais velha. E é assim também para pessoas que não tem experiência, que nunca trabalham na vida como no meu caso”, disse.
Para o pedreiro, Sérgio Lima, que atua em um dos ramos em queda, a construção civil, pontuou que existe uma demanda grande, porém com pouca mão de obra especializada. “A demanda é grande e tem muita gente correndo atrás e não encontrando. Por isso acho que seja pela experiência, por exemplo, trabalho no setor de construção civil, a demanda é grande, mas falta especialização no ramo”, pontuou.
Aqueles que conseguiram a tão aguardada vaga, se sentem sortudos, porém preocupados pois acreditam que existe uma instabilidade na economia e se sentem vulneráveis frente ao cenário atual da cidade. “Tá difícil ser contratada. Eu consegui recentemente, é ótimo, mas até chegar nesse resultado, vinha me inscrevendo em muitas oportunidades, porém não entendo quais critérios eram necessários já que, pela especificidade cumpria todas. O que posso dizer é que tá muito complicado para quem tem entre 30 e 40 anos”, contou Gisele Gonçalves, operadora de caixa, recém contratada.
Panorama da Região
Na Região Serrana, Nova Friburgo apresentou um saldo negativo de empregos formais, sendo menos 127 funcionários atuantes. Contrário ao município, Teresópolis segue a inclinação de Petrópolis e registrou um ônus positivo de 231 vagas preenchidas, o destaque também foi o setor de serviços, com saldo positivo de 172 vagas preenchidas, em seguida vem o comércio com 52 de crédito.
Nos municípios vizinhos, Três Rios apresenta uma média de 72 de saldo positivos, com a melhor posição no comércio, gerando 256 empregos. Já Paraíba do Sul, apresentou queda e uma negativa de (-) 42 vagas, com muito pouco saldo nos cinco setores, sendo: indústria, comércio, serviço, construção e agropecuária. Os paraibanos sofreram mais desligamentos do que foram contratados.
Quem ocupa essas vagas
Os dados do novo Gaged, mostram que, em todo o estado, as mulheres ocuparam 21,0% dos novos empregos gerados, enquanto os homens ficaram com 79% das oportunidades. Por idade, a maioria das vagas foi preenchida por jovens, entre 18 e 24 anos. Os números reforçam o cenário descrito pelos petropolitanos, onde os mais velhos encontram mais dificuldades para ingressar em novas oportunidades no mercado de trabalho.