Por Johnnata Joras
Em audiência realizada na últoma quinta-feira (4), na 4ª Vara Cível de Petrópolis, foi exposto pela diretora do Hospital Alcides Carneiro (HAC), Ronye de Lourdes Pinheiro, que em abril deste ano, houve uma paralisação por dois dias do serviço de cirurgia de urologia. A sessão debateu os repasses da Prefeitura de Petrópolis ao Serviço Autônomo do Hospital Alcides Carneiro (Sehac).
Outros problemas
Segundo a diretora do HAC, além da paralisação, faltaram antibióticos também em abril – mês que coincide com o início da sazonalidade da síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Ela ressaltou também que apesar da dificuldade financeira, o Sehac tem mantido aquilo que é considerado o mínimo, para que o HAC possa funcionar.
De acordo com diretor financeiro do Sehac, João José de Paula, alguns fornecedores de materiais e insumos hospitalares não estão participando dos processos de cotação, devido a valores que eles têm a receber. Como consequência, em julho deste ano, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Centro, sofreu com falta de medicamentos.
É importante lembrar que o Sehac é responsável pela gestão do HAC, das UPAs, das Unidades Pré-Hospitalares (UPHs), da Posse e de Pedro do Rio, além de algumas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Dívidas chegam a R$ 118 milhões, segundo o Sehac
O diretor financeiro Sehac expôs na audiência o crescimento da dívida da Prefeitura. Em 2019, o valor estava mais de R$ 39 milhões; em 2020, pouco menos de R$ 44 milhões; no ano de 2021, mais de R$ 45 milhões; em 2022, o valor chegou a quase R$ 54 milhões; em 2023, pouco menos de R$ 5 milhões e no ano de 2024, pouco mais de R$ 17 milhões. Até julho de 2025, os números chegavam a quase R$ 36,7 milhões.
No total, segundo o Sehac, após o abatimento de impostos extintos em notas fiscais de 2017 a 2023, a dívida é de pouco mais de R$ 118 milhões. Outro fator relevante dito na sessão de quinta-feira, foi que o custo mensal das unidades geridas pela Instituição é de cerca de R$ 19,6 milhões.
No fim, o município de Petrópolis solicitou ao juízo, um prazo de cinco dias para se manifestar e calcular todos os valores apresentados pelo Sehac na audiência. Na ocasião, o juiz Jorge Luiz Martins acatou o pedido e concedeu o prazo.