Em um mês, o número de inadimplentes cresceu 1,36% em Petrópolis. Atualmente, cerca de 134.879 petropolitanos inadimplentes acumularam, em agosto, uma dívida total de R$ 787.285.045,00, somada pelo valor do ticket médio dos passivos, que é de R$ 5.836,97 por cada indivíduo. A quantidade e o montante devido são maiores do que foi registrado em julho. Na época, havia 133.074 devedores com um débito de R$ 769.365.136,00, de acordo com uma análise do Serasa.
As dívidas comprometem a renda dos consumidores, impactando diretamente a vida financeira dos mesmos, além de prejudicar o relacionamento com bancos e credores. Além dos clientes, as empresas também estão passando por esse problema. De acordo com a análise do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), existem cerca de 20 mil empresas ativas em Petrópolis, sendo que aproximadamente 6.600 delas podem ter enfrentado inadimplência ao longo do ano.
Os municípios vizinhos também seguem a tendência. Em junho, cerca de 67.405 friburguenses estavam inadimplentes, o que levou a um acúmulo devedor de R$ 386.245.351,00. Em agosto, o número subiu para 67.932 devedores e a dívida total passou a valer R$ 395.260.366,00, com um ticket médio de R$ 5.818,47.
Cenário
Sobre o cenário, o presidente da Confederação de Dirigentes Lojistas (CDL) de Petrópolis, Cláudio Mohammad, apontou que, devido às festividades se aproximando com o Dia das Crianças, Natal e Ano Novo, os lojistas devem propor alternativas como parcelamentos acessíveis e descontos à vista, para que o consumidor não se endivide mais.
“O número de inadimplentes em Petrópolis é preocupante, sobretudo quando nos aproximamos de datas importantes para o varejo, como Dia das Crianças, Natal e Ano Novo. Esse cenário exige responsabilidade de todos. O comércio não busca vender a qualquer custo, muito menos estimular o endividamento. Por isso, é fundamental que os lojistas ofereçam alternativas como parcelamentos acessíveis, descontos à vista e condições de pagamento ajustadas à realidade das famílias”, disse.
O economista Rodolpho Tobler também explicou que o crescimento de inadimplentes reforça a expectativa de um semestre de atividade econômica mais fraca. “Ou seja, a tendência é que as vendas do varejo nessas datas festivas sejam em ritmo menor do que a gente observou nos anos anteriores”, pontuou.
Devido a isso, há outros fatores que implicam no recorte final. Conforme o economista, não é só o número de pessoas inadimplentes que causa o impacto geral, tem também a questão dos juros de 15% que permeia o país no momento, que acaba prejudicando mais. “As dívidas crescem muito rapidamente porque a correção pelos juros acaba sendo muito alta também. Então, acho que o cenário atual é de um consumidor um pouco mais restrito, com um orçamento mais apertado e que não vai conseguir consumir com o mesmo ímpeto que já teve em outros momentos, como foi no final do ano passado”, explicou.
Consumidor
Rodolpho Tobler deu a dica para que os clientes não comprometam a renda da família para o próximo ano. “A estratégia que ele pode ter dado ao orçamento cada vez mais apertado é tentar consumir dentro do orçamento, é tentar olhar um pouco mais para os presentes de menor valor. Porque quando as pessoas já estão inadimplentes e já têm um endividamento mais elevado, é difícil conseguir fazer uma nova dívida, ou seja, fazer aquela compra a prazo”, enfatizou.
O economista ressaltou que as datas são gatilhos, pois, no momento, podem até aparecer novas oportunidades, mas o consumidor tem que ficar atento para não se endividar ainda mais. “Tenha na sua cabeça que o momento atual com juros muito elevados e já com orçamento muito apertado, fazer novas dívidas pode acabar comprometendo o orçamento dos meses seguintes, ou até do próximo ano da própria família. Então, o ideal é justamente tentar equilibrar e diminuir essas dívidas cada vez mais rápido para ir, sim, depois de abrir um espaço no orçamento, voltar a fazer um consumo um pouco maior”, finalizou.