A Prefeitura promoveu nessa quinta-feira (09) um encontro para troca de experiências sobre o Família Acolhedora. Duas famílias contaram para novas candidatas a integrar o serviço sobre como ele funciona em Petrópolis e relataram o que viveram durante o acolhimento de crianças e adolescentes que enfrentavam alguma situação de vulnerabilidade.
“O Família Acolhedora tem esse propósito de cuidar. São crianças e adolescentes que precisam ser afastados de suas famílias por uma medida protetiva e são levados para acolhimento temporário por alguma família. Nossas equipes sempre trabalham para encontrar novas famílias que tenham condição de fazer esse acolhimento e dão todo suporte para o desenvolvimento delas”, destacou o prefeito Hingo Hammes.
Durante o encontro, Graziele Rocha e Suzana Antunes contaram sobre como conheceram o serviço, como foi o processo de habilitação e o acompanhamento feito pelas equipes durante o acolhimento e, principalmente, relataram os sentimentos envolvidos na relação com a criança ou adolescente e no momento do encerramento da presença na família.
O acolhimento feito pela família de Graziele foi de uma adolescente que, na época, tinha 16 anos e vivia na Casa da Acolhida feminina. Ela queria “apadrinhar” a menina. Foi quando conheceu o Família Acolhedora e percebeu que a proposta do serviço era exatamente o que pretendia: cuidar de forma temporária, oferecendo todo suporte que ela precisasse, fosse de saúde, educação, alimentação ou outras necessidades.
“No período do acolhimento, é mais a gente dar do que receber. Muitas coisas que vemos neles começam a mudar nosso comportamento e nosso jeito de ver as coisas. Por exemplo, a primeira coisa que muitos pensam é de que se trata de menores infratores para serem acolhidos, e não. Eles vivem uma vulnerabilidade que não é por causa deles”, contou. O acolhimento deu certo. Quando ela completou 18 anos, foi morar sozinha, mas a relação com Graziele e a família que a recebeu se mantém até hoje.
A família da Suzana fez parte da primeira turma de capacitação do serviço em Petrópolis e já acolheu dois bebês. No momento, está se preparando para cuidar de um adolescente. O processo de aproximação já começou. Ela contou sobre o que passa pela cabeça desde que é chamada para fazer o acolhimento até o momento da despedida.
“Vou aprender a amar e vou aprender a deixar que vá e siga em frente. A relação de amor vai existir para sempre. A criança vai estar sempre no meu coração e nas minhas orações. O adolescente precisa de uma referência e de uma chance de fazer um futuro melhor, mesmo que tenha um passado difícil”, disse.
Ambas concordam que a maior importância em ter novos interessados em participar do serviço é a possibilidade de ter mais famílias que se adaptem à realidade de cada criança e adolescente. Tanto Graziele quando Suzana afirmaram que, no período do acolhimento, o comportamento delas com as crianças e adolescentes é de mãe.
“Quando uma criança ou adolescente vive uma condição de vulnerabilidade ou risco social, que pode ser violência, abandono, negligência ou outra situação, e precisa ser afastado da família de origem, ao invés de ser encaminhado para um abrigo ou para uma instituição, ele deve preferencialmente ser encaminhado para um acolhimento familiar”, explicou a coordenadora do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora, Paula Melo.
“O acolhimento no Família Acolhedora é temporário de pode durar até 18 meses. Não se trata de adoção, essa criança ou adolescente fica acolhido até que se defina um caminho para ela. Quem estiver interessado pode se cadastrar no site da Prefeitura e a equipe responsável fará contato para iniciar todo processo de triagem e capacitação”, ressaltou a secretária de Assistência Social, Adriana Kreischer. O site da Prefeitura para quem deseja se cadastrar no programa é: petropolis.rj.gov.br.