CDL Petrópolis alerta para impacto do endividamento no consumo e na qualidade de vida das famílias
O número de consumidores brasileiros com contas em atraso bateu novo recorde e chegou a 71,86 milhões de pessoas em setembro de 2025, o equivalente a 43,14% da população adulta do país. O dado é do Indicador de Inadimplência de Pessoas Físicas, apurado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), e revela um aumento de 8,91% em relação ao mesmo mês do ano passado.
O levantamento mostra ainda que cada inadimplente devia, em média, R$ 4.801,45, distribuídos entre 2,22 empresas credoras. A maior parte das dívidas (34,46%) está atrasada há mais de três anos, e quase três em cada dez consumidores (30,55%) devem valores de até R$ 500 — percentual que sobe para 43,63% quando se consideram dívidas de até R$ 1.000.
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Petrópolis, Claudio Mohammad, o crescimento da inadimplência preocupa especialmente com a aproximação do Natal, período mais importante do calendário para o comércio.
“A chegada das festas de fim de ano costuma movimentar o varejo e gerar oportunidades de aquecimento na economia local. Mas o alto número de consumidores endividados pode comprometer esse cenário, já que muitas famílias entram no período natalino com o orçamento apertado e priorizam o pagamento de contas em vez de novas compras”, observa Mohammad.
Segundo o levantamento, o número total de dívidas em atraso cresceu 15,07% em setembro na comparação anual. O setor de Bancos continua liderando o volume de débitos, com 66,37% do total, seguido de Água e Luz (10,28%), Comércio (9,39%) e Comunicação (8,23%).
Na análise do dirigente da CDL, a inadimplência não é apenas um desafio econômico, mas também um problema social. “O endividamento crônico reduz a capacidade de consumo e afeta diretamente a qualidade de vida. Quando um consumidor deixa de adquirir bens duráveis ou de ter um fim de ano mais tranquilo por causa de dívidas acumuladas, isso reflete não só no comércio, mas no bem-estar das famílias”, ressalta.
Para a entidade, iniciativas de renegociação e educação financeira podem ajudar a equilibrar as contas e estimular a retomada do consumo consciente. “É um esforço conjunto: lojistas, instituições financeiras e consumidores precisam atuar para reverter esse quadro e permitir que o período natalino volte a ser sinônimo de prosperidade”, conclui o presidente da CDL Petrópolis.
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