Dois dias após a decisão da Justiça que decretou a intervenção no Serviço Social Autônomo Hospital Alcides Carneiro (SEHAC), o novo administrador judicial, Renato Walter Mattos, tomou posse e iniciou as primeiras ações à frente da gestão da instituição.
O juiz Jorge Luis Martins, responsável pela decisão, esteve no hospital nesta sexta-feira (7) para acompanhar a transição e reforçar a importância da transparência e do controle na aplicação dos recursos públicos.
“É fundamental que a população tenha garantia de atendimento e que os recursos sejam aplicados de forma correta e transparente”, destacou o juiz Jorge Luis Martins.
O administrador judicial terá autonomia para revisar contratos, auditar pagamentos e analisar todos os processos financeiros da entidade. Renato Walter informou que as primeiras medidas de reestruturação devem começar na segunda-feira (10), quando iniciará oficialmente a análise da situação do SEHAC.
A intervenção foi determinada após a Justiça identificar irregularidades na gestão da entidade e uma dívida que já ultrapassa R$ 25 milhões. A partir de agora, todas as decisões financeiras do SEHAC deverão passar pela administração judicial, sob supervisão do Poder Judiciário.
A Prefeitura informou que vai colaborar com o trabalho do interventor. O Ministério Público também deve acompanhar de perto o cumprimento das determinações judiciais.
A Justiça deve receber, nas próximas semanas, um relatório detalhado sobre a situação financeira e estrutural do SEHAC. O desafio, segundo as autoridades envolvidas, é reverter anos de déficit e reconstruir a credibilidade da instituição perante a população petropolitana.
Em nota, a Prefeitura de Petrópolis informou que publicou nesta sexta-feira (7) um novo decreto de contenção de gastos para enfrentar a crise financeira enfrentada pelo município. O documento, de número 272/2025, determina redução de 15% em contratos e despesas de pessoal, além de vedar o pagamento de horas extras, exceto para serviços essenciais. Segundo o governo municipal, as medidas visam garantir a continuidade dos serviços públicos e restabelecer o equilíbrio fiscal. O prefeito Hingo Hammes afirmou que o decreto é uma ação “dura, mas indispensável” diante da situação crítica herdada da gestão anterior.