Evento contará com missa solene, inauguração de monumento comemorativo, exposição fotográfica e atrações culturais até 14 de dezembro
A Catedral São Pedro de Alcântara, um dos mais importantes marcos históricos e religiosos do Brasil, celebra no próximo sábado, 29 de novembro, o seu centenário de inauguração. A data será marcada por uma missa solene às 9h, presidida pelo bispo diocesano Dom Joel Portella Amado, seguida do descerramento de uma placa comemorativa e da inauguração do Monumento ao Centenário, no Jardim da Catedral.
Durante a cerimônia, será anunciado oficialmente o dia 19 de outubro como feriado municipal em homenagem ao padroeiro da cidade, São Pedro de Alcântara, que também é co-padroeiro do Brasil ao lado de Nossa Senhora Aparecida.
A programação especial se estende até o dia 14 de dezembro e inclui celebrações religiosas, homenagens históricas e atrações culturais. Um dos destaques será a homenagem ao Imperador Dom Pedro II, pelo bicentenário de seu nascimento. O monarca, junto à Princesa Isabel, teve papel fundamental na idealização e início da construção da Catedral, mesmo durante o exílio da Família Imperial na Europa.
No sábado (29), às 14h, no horário exato da inauguração da Catedral em 1925, haverá o repique festivo dos sinos. Às 19h, será realizada a bênção e inauguração do tradicional Presépio da Catedral, considerado uma atração religiosa, cultural e turística da cidade.
As comemorações tiveram início no último domingo (23), com a missa do Crisma e a inauguração da Galeria Fotográfica do Centenário, instalada no Deambulatório da Catedral. A exposição reúne imagens históricas da construção do templo, desde as primeiras etapas até a instalação dos sinos e a conclusão das obras.
História e importância da Catedral
Localizada no coração de Petrópolis, a Catedral São Pedro de Alcântara é um dos principais exemplares da arquitetura neogótica no Brasil. Sua construção teve início em 1884, com projeto do engenheiro e arquiteto baiano Francisco Caminhoá, inspirado nas catedrais do norte da França. Mesmo após a Proclamação da República, a obra continuou com o apoio da Família Imperial.
A inauguração ocorreu em 29 de novembro de 1925, após um apelo dramático do Monsenhor Teodoro Rocha, que faleceu no púlpito ao pedir ajuda para a conclusão da igreja. A torre, com 70 metros de altura, foi finalizada apenas em 1969 e abriga um carrilhão de cinco sinos de bronze fundidos na Alemanha, com peso total de nove toneladas.
A Catedral abriga o Mausoléu Imperial, onde estão sepultados Dom Pedro II, Dona Teresa Cristina, a Princesa Isabel e o Conde d’Eu. O templo foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1980 e é um dos principais pontos turísticos e religiosos da cidade.
A programação do centenário inclui missas diárias, sessões solenes, concertos e homenagens. No dia 30 de novembro, será celebrada uma missa em sufrágio da alma de Dom Pedro II, às 11h. Já no dia 2 de dezembro, data do bicentenário de nascimento do Imperador, haverá nova celebração às 8h.
O encerramento das festividades será no domingo, 14 de dezembro, com missa solene às 11h, acompanhada pela Orquestra Ribeiro Bastos, de São João del-Rei (MG), e procissão com a imagem de São Pedro de Alcântara às 18h30.
Serviço: Centenário da Catedral São Pedro de Alcântara
📍 Local: Catedral São Pedro de Alcântara – Petrópolis, RJ
📅 Data principal: 29 de novembro de 2025
⏰ Horários: Missa solene às 9h, repique dos sinos às 14h, inauguração do presépio às 19h
🗓️ Programação completa: de 23 de novembro a 14 de dezembro
🎟️ Entrada gratuita
Mais informações:
Assessoria de Comunicação – Rogerio Tosta
ascom@diocesedepetropolis.org.br
24 988556491 (whatsapp)
Programação completa
26 de novembro – Quarta-feira
19h – Sessão Solene pelo Centenário, na Catedral, com a participação do Instituto Histórico de Petrópolis, Academia Petropolitana de Letras, Academia Petropolitana de Educação e Academia Brasileira de Poesia, seguida de recital no órgão da Catedral.
27 de novembro – Quinta-feira
8h – Santa Missa por todos os paroquianos de São Pedro de Alcântara.
28 de novembro – Sexta-feira
8h – Santa Missa por todos os padres que passaram pela Catedral, vivos e falecidos.
29 de novembro – Sábado
“Aos vinte e nove dias do mês de dezembro de mil novecentos e vinte e cinco, sendo Bispo Diocesano Dom Agostinho Francisco Benassi […] sua Exa. Revma. o Sr. Bispo procedeu à bênção da Nova Matriz desta tão nobre cidade de Petrópolis, relicário precioso de ricas tradições.”
(Ata da Inauguração da Matriz de Petrópolis, hoje Catedral)
9h – Santa Missa Solene, presidida por Dom Joel Portella Amado, Bispo Diocesano de Petrópolis. Em seguida, descerramento da placa comemorativa e inauguração do Monumento ao Centenário, no Jardim da Catedral.
14h – Repique festivo dos sinos da Catedral.
19h – Bênção e inauguração do Presépio da Catedral.
30 de novembro – Domingo
9h30 – Santa Missa.
11h – Santa Missa em sufrágio da alma de Dom Pedro II, pelo bicentenário de seu nascimento.
18h30 – Santa Missa.
1º de dezembro – Segunda-feira
8h – Santa Missa.
2 de dezembro – Terça-feira
Dia do Bicentenário do Nascimento de Dom Pedro II
8h – Santa Missa em sufrágio da alma de Dom Pedro II.
14 de dezembro – Domingo
9h30 – Santa Missa.
11h – Santa Missa Solene com participação da Orquestra Ribeiro Bastos, de São João del-Rei (MG).
18h30 – Santa Missa e procissão com a imagem de São Pedro de Alcântara, marcando o encerramento das festividades.
Dados Históricos:
A Catedral São Pedro de Alcântara está localizada em Petrópolis, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. É dedicada a São Pedro de Alcântara, padroeiro da cidade e co-padroeiro do Brasil, título concedido durante o reinado de Dom Pedro I e jamais revogado.
Originalmente, a Igreja Matriz de Petrópolis era um modesto edifício situado em frente ao Palácio Imperial (hoje Museu Imperial), onde atualmente há uma rua transversal entre a Rua Irmãos D’Ângelo e a Rua Oscar Weinschenck. A construção de uma nova matriz já estava prevista no plano de urbanização de Petrópolis, de 1843, elaborado pelo Major Júlio Frederico Koeler.
Na década de 1870, a ideia da nova igreja ganhou força graças ao interesse de Dom Pedro II e da Princesa Isabel. Em 1871, foi oficialmente decidida a construção da nova matriz, que só começou a se concretizar em 1884. O projeto, em estilo neogótico, foi elaborado pelo engenheiro e arquiteto baiano Francisco Caminhoá, inspirado nas catedrais do norte da França.
Mesmo após a Proclamação da República, a construção continuou com o apoio da Família Imperial no exílio. Em 1901, as obras foram interrompidas, sendo retomadas em 1918 sob a direção do engenheiro Heitor da Silva Costa.
A nova matriz foi inaugurada em 29 de novembro de 1925, nove meses após um apelo dramático de Monsenhor Teodoro Rocha, que faleceu no púlpito após pedir ajuda para a conclusão da obra.
Apesar da inauguração, a Catedral ainda não estava concluída: faltavam a fachada principal, a torre e parte da decoração interna. A fachada começou a ser construída em 1929 e chegou até a rosácea na década de 1930. A torre foi erguida entre 1960 e 1969.
Em 1920, foi revogado o decreto que bania Família Imperial do Brasil. Em 1921, os restos mortais de Dom Pedro II e Dona Teresa Cristina foram trazidos de Lisboa para o Rio de Janeiro e, em 1925, transferidos para a sacristia da Catedral de Petrópolis. Em 5 de dezembro de 1939, o Mausoléu Imperial foi inaugurado, recebendo os sarcófagos do Imperador e da Imperatriz. Em 1971, também foram sepultados ali a Princesa Isabel e o Conde d’Eu.
A Catedral de Petrópolis é uma igreja neogótica em forma de cruz latina, com três naves e transepto pouco pronunciado. Mede 70 metros de comprimento, 22 metros de largura e 19 metros de altura nas naves. A fachada principal possui um portal com arquivoltas em arcos ogivais, um Calvário no lugar do tímpano e estátuas dos quatro evangelistas, esculpidas por Adão Bordignon (c. 1935), além de uma bela rosácea.
A torre, construída na década de 1960, tem 70 metros de altura e abriga um carrilhão de cinco sinos de bronze fundidos em Passau (Alemanha), com peso total de nove toneladas. O maior sino, chamado São Pedro de Alcântara, pesa quatro toneladas e sua vibração dura até 200 segundos.
No interior, os espaços são divididos por arcos ogivais. À direita da entrada está o Mausoléu Imperial; à esquerda, o batistério com a pia batismal da antiga matriz (1848). O altar-mor é feito de pedra de lioz portuguesa. No deambulatório, destaca-se a estátua de São Pedro de Alcântara, esculpida mármore de Carrara por Jean Magrou (c. 1925). Os vitrais datam, em sua maioria, da década de 1930. O órgão, instalado em 1937 por Guilherme Berner, possui 33 registros, três teclados manuais, um pedal e 2.227 tubos, variando de 29 cm a 7 metros de altura.
Datas Históricas:
- 1846 – Criação da Paróquia São Pedro de Alcântara
- 1876 – 12 de março: Lançamento da 1ª Pedra Fundamental
- 1882 – Encomenda do projeto neogótico a Francisco Caminhoá
- 1883 – 19 de fevereiro: Aprovação do projeto
- 1884 – 18 de maio: Início das obras com a 2ª Pedra Fundamental
- 1901 – Paralisação das obras
- 1914 – Projeto de Heitor da Silva Costa
- 1918 – Reinício das obras
- 1925 – 29 de novembro: Inauguração da nova matriz
- 1939 – 5 de dezembro: Inauguração do Mausoléu da Família Imperial
- 1946 – Criação da Diocese de Petrópolis
- 1948 – Posse do primeiro bispo, Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra
- 1960 – Lançamento da campanha Fé, Cultura e Assistência
- 1963 – 22 de setembro: Inauguração do carrilhão
- 1969 – Conclusão da torre da Catedral
- 1971 – 13 de maio: Sepultamento da Princesa Isabel e do Conde d’Eu
- 1975 – Inauguração do novo altar-mor
- 1980 – Tombamento da Catedral pelo IPHAN
- 2015 – 21 de novembro: Dedicação da Catedral