Em Petrópolis, os maiores gargalos e problemas de eficácia de energia elétrica são devido à vegetação, sendo responsável por 42% dos casos, e em razão dos equipamentos, que ocupam a fatia de 21%. Esse fator foi abordado pelo responsável da Região Serrana da Enel, Rodrigo Luiz de Almeida, em audiência pública na Câmara Municipal, realizada na última segunda-feira (24). A sessão foi presidida pelo vereador Júnior Coruja (PSD), que também foi quem propôs a iniciativa, para tratar das questões que afetam os consumidores diretamente com a demora de religamento dos serviços.
O cenário é constante na região, como apontado pela vereadora Júlia Casamasso (Psol). “Já é uma dificuldade crônica na cidade. Temos 160 mil unidades, mas será que tem equipes certas para atender todas essas necessidades? Isso também tem a ver com o modelo de cidade em que estamos inseridos, quais são as pessoas mais vulneráveis e qual é o direito garantido”, ressaltou.
Na mesma linha, o coordenador do Procon, Fafá Badia, expressou que em 2023 cerca de 600 pessoas, residentes do Meio da Serra, procuraram o órgão, pois ficaram dez dias sem luz no período do carnaval. “Na época, foram encaminhados para o Judiciário 680 consumidores só da região, para conseguirem indenizações. Estes estão recebendo somente agora, uma média de R$ 2 a R$ 3 mil”, relatou Fafá.
Necessidades
Na audiência, Júnior Coruja levantou três regiões que são mais afetadas pelas constantes quedas na energia, sendo: Araras, Nogueira e Itaipava. Em agosto, o Correio trouxe a problemática que diversas localidades vinham enfrentando devido a esse fator. Moradores de localidades distintas denunciavam quedas constantes, ressaltando que os ventos estavam mais fortes e a vasta vegetação entrelaçada aos fios era a principal causadora dos picos.
Rodrigo Luiz de Almeida informou que a questão é um desafio nas contingências no verão, pois há aumento nos casos pela complexidade dos serviços. “Existe uma dificuldade de acesso nos locais afetados, devido às estradas de terra, dificultando o acesso e o restabelecimento dos serviços”, disse.
De acordo com o representante, hoje na cidade existem 488 equipamentos telecomandados com 330 clientes por esses serviços, e também conta com 89 equipes que são subdivididas para atuar em emergências. O responsável falou sobre o processo operacional nos momentos de crise.
“Atuação nos momentos de contingência: temos equipamentos de suporte no caso de falta de energia na rede básica, no caso das subestações móveis e geradores, com a normalização da rede no momento de crise. Buscamos reduzir esse número e isolar o defeito. Priorizamos, na sequência, os clientes prioritários, como as unidades de saúde, reservatórios de água, escolas e todas as repartições que identificamos como unidade que presta um serviço essencial, além de clientes prioritários”, explicou.
Conflito de interesses
Na sessão também foi mencionada por Coruja uma situação que pode escalonar para uma grande crise e afetar as redes elétricas de Corrêas e Nogueira: trata-se de bambus que estão praticamente em cima dos fios. Questionada sobre isso, a Enel respondeu que as podas são de responsabilidade da empresa se houver contato com os fios, e que, caso a vegetação esteja grande em terrenos públicos, é responsabilidade da Prefeitura, e em terrenos privados é de responsabilidade do proprietário.
A empresa ressaltou que a projeção para 2025 era realizar mais de 43 mil podas preventivas.