O Rio de Janeiro é mais do que suas belezas naturais. De acordo com o estudo Mapa Rio Soft Power, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o estado reúne potencial econômico, cultural, acadêmico e simbólico capaz de gerar influência e atrair investimentos. Entre as cidades avaliadas, Petrópolis, Nova Friburgo, Teresópolis e Três Rios, áreas de cobertura do Correio Petropolitano, aparecem em posições de destaque.
O Mapa foi lançado na quinta-feira (27) durante o Encontro Internacional da Indústria Criativa, promovido pela Casa Firjan. “É um mapa do Rio, que mostra onde estão forças tangíveis e intangíveis do estado. Entender o Soft Power é entender como reputação e identidade também geram desenvolvimento socioeconômico”, explica Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan.
O Estudo
O levantamento identifica como fatores culturais, inovação, patrimônio, economia criativa, ensino e identidade podem se transformar em vantagem competitiva e desenvolvimento para os municípios fluminenses.
Para Caetano, “o estado do Rio possível é aquele que encara suas limitações com realismo e suas vocações com estratégia. Isso significa apostar em um modelo de desenvolvimento que una eficiência na gestão pública, diversificação econômica e valorização dos ativos intangíveis para gerar resultados concretos”.
Já para Julia Zardo, gerente de Ambientes de Inovação e coordenadora da pesquisa: “Mais que medir PIB, estamos medindo o potencial de futuro. Talvez seja isso que o Rio sempre soube fazer melhor: transformar o imaterial em valor, e o valor em influência”, afirmou.
Região Serrana
Segundo o estudo, entre as 20 cidades avaliadas, Petrópolis (84 pontos), Nova Friburgo (88) e Teresópolis (84) estão no grupo de “Soft Power influente”, ao lado de Niterói, Rio de Janeiro, Angra dos Reis e Campos dos Goytacazes.
Esses municípios se destacam pela combinação de: inovação e tecnologia; desempenho econômico; densidade criativa; potencial turístico; e capacidade de atrair talentos.
Petrópolis
No estudo, Petrópolis aparece também com papel de destaque no Eixo Conhecimento, ao lado de Campos, Angra, Itaperuna e São João da Barra. O eixo reúne cidades onde ensino, pesquisa e tecnologia impulsionam o desenvolvimento.
O histórico imperial, a relevância cultural e o peso do setor educacional — com universidades, museus, centros de pesquisa e economia criativa — contribuem para o bom desempenho do município.
Nova Friburgo
Com 88 pontos, Friburgo é a terceira melhor colocada entre todas as cidades e aparece como uma das que conseguem transformar patrimônio, tradição têxtil, meio ambiente e inovação em reputação positiva. O município é destaque no Eixo História e Patrimônio e também em ativos intangíveis, como identidade e cultura local.
Teresópolis
Teresópolis também integra o grupo das cidades mais influentes do RJ. O município aparece com força no Eixo História e Patrimônio, graças ao conjunto arquitetônico, às tradições culturais e à relação com a cadeia do turismo de montanha.
Três Rios
O município de Três Rios (72 pontos) aparece na categoria “Soft Power consolidado”, ao lado de Paraty, Vassouras, Paraíba do Sul, Itaguaí e outras cidades. A cidade se destaca no Eixo Meio Ambiente, onde municípios transformam a biodiversidade, áreas verdes e turismo sustentável em estratégia de desenvolvimento.
Indicadores
O Mapa Rio Soft Power utiliza dez indicadores, incluindo:
- PIB e PIB per capita
- IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
- densidade empresarial e acadêmica
- presença de indústrias criativas
- ativos tangíveis e intangíveis
- articulação de atores locais
- fatores culturais e identitários
As bases de dados incluem IBGE e metodologias internacionais como o Global Soft Power Index.
“O desafio é manter a integração entre tecnologia, natureza e participação social, ampliando conexões entre o Centro, Regiões Oceânicas e a Baía de Guanabara”, comenta Oswaldo Neto, analista de Projetos Especiais da Firjan.
O estudo divide o estado em quatro grandes eixos de vocação: Urbano, Meio Ambiente, História e Patrimônio, e Conhecimento — modelos inspirados em referências como Londres, Amazônia, México e China.
“Juntos, esses quatro eixos revelam um Rio que se reinventa ao reconhecer no intangível a base para construir nova influência no mundo. Temos vários exemplos de territórios internacionais que entenderam que o desenvolvimento começa na identidade. O nosso estado tem todos os ingredientes para seguir essa receita”, destaca Julia Zardo.