O petropolitano Gabriel Schissler já tem o foco voltado para as próximas provas de 2026. Depois de conquistar a Taça Brasil de Downhill, em 14 de setembro de 2025, em Paraíba do Sul, o atleta planeja disputar todas as etapas da Liga Carioca, o Campeonato Estadual, a própria Taça Brasil e o Campeonato Brasileiro. Para fechar a temporada, ainda sonha com uma etapa no Chile, que seria sua estreia internacional.
Da primeira descida ao título nacional
Gabriel começou no downhill em 2017, aos 16 anos. Desde a primeira vez que desceu uma pista, a paixão foi imediata. “A sensação de liberdade e adrenalina me cativaram de uma forma que nunca mais parei”, contou ao Correio Petropolitano. Para ele, o esporte vai muito além da competição: é também um aprendizado sobre superação, resiliência e autoconfiança.
O desafio mental no downhill
Mais do que força física, o downhill exige controle emocional. “O maior desafio é a parte mental. Precisamos gerenciar o medo e entender nossos limites. As lesões fazem parte do jogo”, afirmou. Essa preparação psicológica, segundo o atleta, é tão importante quanto os treinos físicos.
A emoção da conquista
Ser campeão da Taça Brasil tem um gosto ainda mais especial para Gabriel, que passou boa parte de 2024 e 2025 construindo trilhas no SJ Bike Club, seu próprio bike park. “Ver esse esforço se traduzir em um título é a prova de que a dedicação vale a pena. Representar Petrópolis e o Brasil é uma honra”, disse o ciclista, que destacou também o apoio da AVTRAIL, da Kom Bike Shop e do próprio SJ Bike Club.
Petrópolis, berço do mountain bike
Conhecida como o berço do mountain bike no Brasil, Petrópolis sempre revelou grandes talentos. Mas, segundo Gabriel, o apoio público ainda é insuficiente. “Com programas de incentivo, poderíamos fortalecer os atletas, atrair turistas e movimentar a economia local”, apontou. Ele defende que eventos e competições internacionais poderiam recolocar a cidade no mapa mundial do esporte, beneficiando também setores como o turismo e a gastronomia.
Propostas para o esporte na cidade
Entre as medidas que poderiam mudar a realidade dos atletas, Gabriel sugere a criação de uma bolsa atleta municipal, campeonatos locais e melhorias nas pistas já existentes, como a do pump track no Parque de Itaipava. “Essas ações mostrariam um real compromisso com o desenvolvimento do esporte”, destacou.
Um conselho para os iniciantes
Para quem sonha em seguir o mesmo caminho, Gabriel deixa um recado: “Acredite em si mesmo e respeite o processo. A evolução no downhill, assim como em qualquer esporte, acontece degrau por degrau, sem pular etapas. É fundamental ter paciência e, principalmente, nunca esquecer a razão pela qual você começou: a diversão! Saia para pedalar com a intenção de se divertir e, quando menos esperar, o seu corpo e a sua mente vão se desenvolver de forma natural, permitindo que você supere barreiras que pareciam impossíveis”, finalizou.