Clínicas investigadas não tiveram os nomes divulgados pelo CRMV-RJ
No dia 23 de setembro, foi divulgado no site do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ), que fiscais constataram no Centro de Petrópolis, uma grave situação em uma clínica veterinária. Alimentos congelados, como fígado e frango, estavam armazenados no mesmo freezer em que se encontravam corpos de animais mortos, que aguardavam destinação ao crematório. A prática, além de representar risco de contaminação cruzada, viola regras básicas de higiene e biossegurança. A fiscalização ocorreu em estabelecimentos que funcionam em regime de plantão ou 24 horas.
No local, também foram encontrados medicamentos vencidos, alguns desde 2024, e ampolas abertas em uso irregular. Parte desses produtos estava acondicionada em armários de internação, sem segregação adequada, inclusive com embalagens identificadas como vencidas, mas ainda armazenadas junto a medicamentos em uso, o que poderia levar à utilização inadvertida. A clínica ainda apresentava falhas estruturais importantes, como a ausência de lavatório e de espaço apropriado para higienização dos pacientes na internação, além de não registrar diariamente as temperaturas das unidades de refrigeração. Na sala de cirurgia, faltavam equipamentos indispensáveis, como monitor de oximetria e aparelho completo de anestesia, comprometendo a segurança dos procedimentos realizados.
No bairro Bingen, outra clínica também apresentou uma série de irregularidades. O estabelecimento funcionava sem alvará e licença sanitária atualizados, além de não possuir Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). Foram encontrados medicamentos vencidos e constatada a falta de registro de temperatura das vacinas, colocando em risco a conservação e eficácia dos imunobiológicos.
A médica-veterinária de plantão trabalhava sozinha, sem o apoio de auxiliar, em um ambiente que oferece internação e cirurgias 24 horas. O espaço de internação não dispunha de lavatório nem de local adequado para higienização dos pacientes, agravando o cenário de falhas estruturais.
Em ambos os casos, os responsáveis foram autuados e receberam prazo legal para regularização das infrações ou apresentação de defesa administrativa. O CRMV-RJ reforça que as fiscalizações noturnas têm caráter educativo e preventivo, mas que a atuação é rigorosa diante de situações que colocam em risco a saúde dos animais e da população.
As ações continuarão em diferentes regiões do estado, consolidando um modelo de fiscalização que alia firmeza, abrangência e efetividade, garantindo que clínicas veterinárias cumpram suas obrigações e mantenham condições adequadas de funcionamento.
Texto: CRMV-RJ