A Região Serrana do Rio de Janeiro voltou a se destacar no cenário nacional de gestão fiscal. Petrópolis e Teresópolis dividiram novamente a liderança no Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) Autonomia de 2024, com a pontuação máxima de 1,0000. É o terceiro ano consecutivo em que ambas as cidades aparecem no topo do ranking brasileiro, reafirmando sua força na administração dos recursos públicos.
Já outros municípios serranos mostraram oscilações expressivas. Nova Friburgo, por exemplo, que em 2022 ocupava a 1.651ª colocação nacional, caiu em 2023 para a 1.732ª posição, mas conseguiu recuperar parte do desempenho em 2024, chegando ao 1.602º lugar.
Paty do Alferes também apresentou melhora: subiu de 2.998º lugar em 2023 para 2.107º em 2024. O movimento contrário ocorreu em São José do Vale do Rio Preto, que estreou no índice em 2023 em 2.427º lugar, mas caiu para a 3.046ª posição em 2024, despencando no cenário estadual.
Outros municípios mantêm resultados frágeis. Paraíba do Sul voltou a aparecer na pesquisa em 2024, na 60ª colocação no estado. Areal e Miguel Pereira seguem nas últimas posições, sem avanços significativos. Já o município de Três Rios não foi avaliado neste ano devido à indisponibilidade ou inconsistência nas informações declaradas pela prefeitura.
Autonomia
O indicador mede a autonomia dos municípios, ou seja, a capacidade de manter sua estrutura administrativa com recursos próprios, sem depender de transferências externas. Segundo a entidade, o equilíbrio fiscal é essencial para garantir competitividade, atrair investimentos e melhorar a qualidade de vida da população. Para a Região Serrana, os resultados reforçam tanto o protagonismo de Petrópolis e Teresópolis quanto os desafios que ainda persistem para municípios vizinhos.
O que é o IFGF?
O Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) foi criado em 2012 e tem abrangência nacional. Ele é calculado com base em dados oficiais que as prefeituras enviam todos os anos à Secretaria do Tesouro Nacional.
A pontuação vai de 0 a 1: quanto mais próxima de 1, melhor a gestão fiscal. O índice é composto por quatro indicadores de mesmo peso: Autonomia, Gastos com Pessoal, Liquidez e Investimentos.
-Autonomia: mede se a cidade arrecada o suficiente para bancar sua própria estrutura administrativa.
-Gastos com Pessoal: avalia quanto da receita é comprometida com salários de servidores.
-Liquidez: mostra a capacidade do município em pagar suas contas em dia.
-Investimentos: mede a capacidade de aplicar recursos em áreas estratégicas como saúde, educação e infraestrutura.
Na edição de 2024, o estudo analisou as contas públicas de 5.568 municípios brasileiros, consolidando dados oficiais do período entre 2013 e 2024.
Foto Thiago Alvarez