De acordo com dados do Relatório Mensal de Operação (RMO) da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transporte (Cptrans), a empresa Turp Transportes Urbano é a empresa de ônibus que mais interrompeu viagens por falhas durante agosto e setembro. No total, somando os dois meses, cerca de 5.951 circulações não foram concluídas, sendo que a firma mencionada é a responsável por 5.322 casos, ou seja, mais da metade dos ocorridos.
Metas descumpridas
Em agosto, a Turp deveria ter executado 39.853 viagens completas, no entanto cumpriram apenas 37.066, apresentando 327 falhas mecânicas e 2.460 defeitos por outras causas. Na ocasião, haviam 157 veículos apresentando anomalias. Já em setembro, não houve muita distinção no cenário, apenas uma queda que não influenciou no quantitativo. A companhia continuou a primeira no ranking negativo. Os números indicam que, de 39.321, apenas 36.786 operações foram concluídas. Também foram apresentadas falhas mecânicas em 287 ônibus, 2.249 outras falhas e tiveram 154 veículos com irregularidades.
Outras empresas
As companhias de transporte público que tiveram mais viagens cumpridas foram a Cidade das Hortênsias e Cidade Real, sendo que o objetivo era chegar a 28.802 e 44.786 respectivamente. Nesse sentido, foram acertadas deixando uma média de 100 corridas a menos do esperado. Ambas tiveram uma pequena parcela no total de deficiências, sendo em agosto 341 e 288 em setembro, com apenas quarenta e poucos veículos com falhas nos dois meses.
Crise da Turp
O cenário da Turp, que compreende há três meses, sintetiza os problemas frequentes com o serviço na cidade. E virou debate público no que tange ao aumento da passagem, pois os usuários sentem que tal valor não compreende à qualidade dos serviços prestados. O relato da costureira Helena da Costa, de 56 anos, moradora de Corrêas, expressa o sentimento: “Pego os ônibus da Turp todos os dias para trabalhar. Tem dia que não vem, quebra no meio do caminho, ficamos horas esperando e não adianta nada reclamar. É um absurdo pagar caro por um serviço ruim, que não serve. Perdi as contas de quanto tempo cheguei atrasada no serviço e fui descontada. Sempre quem sofre é o povo, nunca vi isso”, disse.
Em novembro, o valor da passagem do transporte coletivo da empresa Turp passou a valer R$ 5,90 por uma determinação da Justiça. A decisão partiu do juiz da 4ª Vara Cível de Petrópolis, Jorge Luiz Martins, que determinou o acompanhamento quinzenal dos serviços prestados durante três meses, pois a medida só foi possível após recurso da empresa. Todas as empresas passaram a circular com o novo valor em agosto. Antes, a passagem era de R$ 5,15. A Turp ficou de fora, pois apresentava constantes problemas que, pelo demonstrativo da Cptrans, não tiveram diminuição nos meses apresentados, não ressoando então com a decisão.
O Correio aguarda um posicionameto da empresa sobre os índices.