De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, o setor cresceu 20% em 2021 e gera um impacto negativo ao ambiente, o lixo têxtil. As grandes marcas enfrentam um grande desafio para se tornarem sustentáveis em meio a pressão por novas tendências e ao mercado. No entanto, em Petrópolis algumas iniciativas têm ido contra o consumismo em massa. Além de economizar, os consumidores que procuram por brechós auxiliam para a preservação do meio ambiente.
Agda Rabello criou o Brechó Garagem em 2020 após o nascimento da filha. “Comecei nessa área após minha filha nascer e porque eu precisava de mais tempo em casa e como atuava no comércio, precisei mudar a rotina. Somente meses depois notei a importância da ação”, comentou. Todavia, os brechós nem sempre foram bem vistos na cidade. “Foi por meio do Eco Brechó que a população entendeu o projeto. É importante ressaltar que o brechó é diferente do bazar, porque ele passa por diversas etapas como garimpo, higienização, curadoria e divulgação, até chegar ao consumidor. Tudo é feito com muito cuidado”, comenta.
O Eco Brechó inicialmente era realizado uma vez por mês na Avenida Ipiranga e tinha o objetivo de colocar estandes de brechós online, para alavancar as vendas, mas a iniciativa tomou grandes proporções e atualmente é realizado seis dias no mês. “Inclusive em abril o evento vai para a Barra da Tijuca. Estamos animadas para levar o evento para fora de Petrópolis. Vejo que na cidade a aceitação tem sido boa e as pessoas têm procurado por essa moda mais sustentável.
De acordo com o relatório Fios da Moda, realizado pelo instituto Modefica, em parceria com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 9 bilhões de peças foram produzidas no país em 2018, o que representa mais de 40 unidades por habitante. O relatório ainda aponta que diminuir o consumo individual, não afetará para minimizar os impactos, mas que é preciso adotar medidas circulares para a indústria da moda no Brasil.
Por Richard Stoltzenburg