Corrida foi realizada no dia 10 de abril em San Martin de Los Andes, na Argentina | Foto: Arquivo Pessoal
Por Gabriel Rattes
O petropolitano Giovani Garcia, de 44 anos, participou no último dia 10 de abril da Patagonia Run, uma das provas de corrida de montanha mais desafiadoras da América Latina. Realizada em San Martin de Los Andes, na Argentina, a competição reuniu atletas de diferentes países. Giovani completou a maratona de 42 km com 2.500 metros de altimetria acumulada, enfrentando chuva, neve e vento forte.
A prova é conhecida pelo alto nível de dificuldade e por atrair corredores experientes e iniciantes de diversas partes do mundo. A Patagonia Run conta com sete categorias de distância e é realizada em trilhas de montanha, com percurso contínuo e participação individual. “Eu estava procurando por algo desafiador e sabia que uma maratona seria uma ótima oportunidade por exigir muita dedicação, eu jamais pensei em fazer isso. Logo descobri que é muita verdade”, enfatizou Garcia.
Morador de Petrópolis, Giovani começou a correr há cerca de sete meses e decidiu participar do desafio como uma forma de superação pessoal. “Comecei a pesquisar na internet sobre as provas mais desafiadoras do mundo. Então eu encontrei a Patagônia Run, ela é apelidada de ‘a mais temida’ por ter um grau de dificuldade muito grande. Eu compartilhei a ideia com 2 amigos, Fred e Diego, que toparam embarcar nessa loucura junto comigo”, afirmou Giovani Garcia.
Desafios
Um dia antes da competição, Giovani torceu o pé durante o reconhecimento do local da largada. Mesmo com dores, decidiu seguir em frente. “Uma distração que quase me tirou da corrida. A largada foi na chuva e quando chegamos no ponto mais alto da prova, pegamos neve e vento muito forte. Mesmo equipado, senti muito frio nas mãos, a dor no pé começou no km 5 e foi até o final doendo bastante. Coloquei na cabeça que não iria desistir e iria até o final”, explicou.
Transformação
Giovani afirmou que a experiência foi transformadora. “O lugar é absurdamente lindo e perigoso ao mesmo tempo. Nas sete horas de corrida você consegue fazer uma auto terapia, pensar na vida e ter a certeza que se você deseja fazer alguma coisa você consegue. Mas, não dá para romantizar a maratona, ela é implacável e eu respeitei muito, não pulei nenhum dia de treino, mesmo assim, devido ao pouco tempo no mundo da corrida eu estava com medo de não conseguir”, completou.
Preparação
O atleta destaca que o treinamento foi intenso e realizado com o apoio da assessoria ATP Multiesportes. “Foram quase todos os finais de semana dedicados aos treinos. Para quem correu seu primeiro quilômetro alguns meses atrás, me via treinando por muitos quilômetros todas as semanas. Por ser uma maratona de montanha, tornava ainda mais difícil, pois era adicionado subidas no treino, fazer bate volta da praça de Corrêas ao Morro do Açu toda semana. Mesmo assim, tudo isso foi um sonho, os treinos, as mudanças, toda essa jornada passa na sua cabeça quando você completa a prova, foi incrível”, disse.