As obras do muro de contenção, na Rua Quissamã, na altura do número 1.008, em Petrópolis, entraram na reta final. Bom, pelo menos, é o que diz a placa com as informações sobre as obras. Lá, está sendo informado que as intervenções serão finalizadas logo no início de julho. Mas quem mora ou trabalha no local, não acredita que as obras serão finalizadas dentro do prazo.
“Você só acredita vendo. Essa é a realidade nossa no país, não é só Petrópolis. A gente só acredita depois que estiver pronto”, disse o marceneiro, Valdecir Grossi. “Essa obra ainda vai levar mais tempo. Já tem cinco meses e está essa demora toda. É muito trânsito que dá aqui”, disse o empresário Ericson Bernardino.
As obras de contenção foram iniciadas em janeiro deste ano e a previsão é que terminem no mês de julho. O valor investido pela prefeitura foi de R$ 597.570,10 e a empresa responsável pela obra é a Engeprat. Essas intervenções são alvo de constantes reclamações entre os motoristas e pedestres que passam pelo local. Isto porque as obras ocupam metade da pista no sentido bairro, e também a calçada daquele lado.
Os comerciantes contam que, nestes cinco meses de intervenções, alguns clientes evitaram inclusive, passar pela região. “Os clientes de outras regiões da cidade estão evitando vir pra cá, então perdemos clientes. Estão deixando de vir por conta da obra e do congestionamento que ela gera”, disse Ericson.
Em alguns horários e dias específicos, a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), direciona funcionários para a região com a intenção de organizar o trânsito, que passa a funcionar em meia pista. Mas, para os moradores, quando os agentes estão no local, o congestionamento, é ainda maior. “Colocaram duas pessoas apitando mas parece que atrapalhou mais ainda. Porque nesse tempo todo a contenção, para não cair nada, estava mais para o meio da rua mas estavam todos os carros circulando tranquilamente. Foram colocar duas pessoas para cuidar do trânsito virou um caos. Os carros ficam mais de 20 minutos parados na frente da nossa loja”, disse Valdecir.
As obras foram necessárias após o desmoronamento do muro, que aconteceu na madrugada do dia primeiro de janeiro. Na ocasião, a residência que ficava naquele terreno foi interditada e os moradores foram encaminhados para a casa de parentes. Durante as obras, a casa foi demolida. Vale lembrar que, em maio de 2022, este mesmo muro havia sido demolido pela prefeitura. O desmonte do muro, de cerca de cinco metros de altura, foi necessário por conta de falhas estruturais. No mesmo mês a estrutura foi refeita, também pelo município, mas voltou a ficar danificada após chuvas fortes registradas no primeiro dia do ano, o muro desmoronou durante a madrugada, e por sorte não atingiu ninguém.
“Se tivesse feito uma coisa quando o muro começou a ceder, não seria necessário demolir a casa da senhora. O dinheiro que está sendo investido hoje é praticamente o valor da casa da mulher. A gente vê que são coisas absurdas para nós que não entendemos… Para aqueles que entendem, é mais absurdo ainda”, disse o marceneiro.
Texto e Foto: Raphaela Cordeiro