Será mesmo que o Bolsa Família está com seus dias contados? Lula tem sinalizado que sim. Mas qual o real significado disto?
Enquanto alguns bilionários mundo afora defendem uma “renda mínima universal,” por conta da diminuição dos postos de trabalho atribuída à IA ( inteligência artificial), o Brasil criou, fortaleceu e aumentou, os beneficiários do programa.
Chegamos a um número assustador de concessão do benefício a 53 milhões de pessoas, que o recebem mensalmente; mais de 26% da população do País.
Por conta de angariar mais votos, perdeu-se a mão do programa. Ficou incontrolável e insustentável, a ponto de, em muitas regiões as pessoas não quererem mais trabalhar. É mais negócio ficar em casa.
Um exemplo do que o País passou neste último verão, foi o fato de não haver mão de obra para colheita da uva no Vale do São Francisco. Uvas apodrecendo nos parreirais, incapazes de serem colhidas por falta de trabalhadores.
Existem municípios na região norte e na região nordeste onde o número de pessoas que recebem o auxílio do governo é superior a 50% da população.
Uma preocupação é até quando as finanças governamentais irão suportar todas esses benesses , isto sem falar numa outra preocupação, que é a arrecadação diminuída da parte do INSS, que certamente prejudicará os aposentados.
Temos desafios imensos pela frente. Como criar uma porta de saída do Bolsa Família? Como incentivar as pessoas a voltarem para o mercado de trabalho? Como o governo poderá reavaliar o programa, sem prejudicar os efetivamente vulneráveis e sem a mínima condição de sobrevivência? Seria a renda mínima universal, passível de ser aplicada na prática sem prejuízo das economias de cada país?
São questões que precisamos pensar e avaliar. Por certo, como está não é possível continuar.
Bernardo Filho é Advogado, Professor Universitário e Jornalista