Foi realizado na última quinta-feira (20), o encerramento da 1ª edição do Curso de Planejamento e Manutenção de Trilhas Sustentáveis para mulheres no Parque Nacional do Iguaçu. Servidoras, agentes temporárias ambientais e colaboradoras que atuam em diferentes categorias de Unidades de Conservação espalhadas de norte a sul do Brasil estiveram reunidas durante toda a semana para participar do curso.
Além do recorte de gênero específico para o público da oficina, foram mulheres que também estiveram por trás da organização, do planejamento e da condução do próprio processo formativo. Sem dúvidas, uma iniciativa inovadora dentro do Instituto, especialmente por se tratar de capacitação em um tema que vinha sendo predominantemente executado por homens.
A troca de experiências entre as participantes foi um dos ápices do evento, que ao longo de sua programação intercalou práticas de campo e aulas teóricas. Temas fundamentais como ferramentas de planejamento, classificação e caracterização de diferentes trilhas, técnicas de sinalização, de abertura e de manutenção de trilhas foram conduzidos por Josângela Jesus (NGI Abrolhos), Cris Bossoni (APA da Baleia Franca) e Lilian Garcia (NGI Costa dos Corais).
“A capacitação voltada para mulheres possibilita uma melhor atuação das gestoras de Unidades de Conservação na temática, tornando mais fácil a tomada de decisões e a busca de soluções para os problemas encontrados nas trilhas existentes e no planejamento de novas”, reforça Lívia Morena, chefe do NGI Guajará Mirim.
Segundo Serena Turbay, coordenadora substituta da Coordenação de Estruturação da Visitação (COEST/CGEUP), “este curso reflete a proposta da COEST de fomentar o protagonismo feminino na condução de ações que, historicamente, têm uma predominância de lideranças masculinas, sendo o planejamento e manutenção de trilhas uma dessas áreas temáticas.”
A expressiva adesão à primeira edição do curso se deve ao interesse de boa parte das mulheres da Instituição na busca por aprimorar o trabalho desenvolvido em campo e das que querem passar a planejar e manejar trilhas nos territórios sob sua gestão. Luciana Freitas, uma das participantes, volta animada para o NGI São Luís, no Maranhão, composto por cinco Reservas Extrativistas com grande potencial para o desenvolvimento do turismo comunitário. Ela afirma que “como as comunidades têm muito interesse, saio confiante de que poderemos apoiá-las no aprimoramento de trilhas existentes e na abertura de novas, trazendo a perspectiva da importância do planejamento e da consulta aos documentos como o plano de manejo e o plano de uso público para o sucesso das trilhas sustentáveis”.
“Trabalho com planejamento e manejo de trilhas há quase 20 anos e percebo que ainda são poucas as mulheres que atuam e permanecem nesse tema. Esse curso foi uma oportunidade de identificar mulheres que já atuam e aquelas que têm vontade de trabalhar nesse tema”, conclui a coordenadora do curso, Josângela Jesus.
