Por Gabriel Rattes*
Com a chegada do inverno, a preocupação com doenças respiratórias aumenta, principalmente entre os idosos. Dados recentes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostram que o número de casos graves causados por vírus como o Influenza A e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) está crescendo no Brasil. Esses vírus são altamente contagiosos e perigosos para quem tem mais de 60 anos, sobretudo aqueles com doenças crônicas como diabetes, problemas cardíacos ou pulmonares. Nos primeiros cinco meses do ano foram registradas 93 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Petrópolis.
O alerta é reforçado pelo presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo. Segundo ele, o envelhecimento enfraquece o sistema imunológico, o que torna os idosos mais vulneráveis a complicações. “Com o avanço da idade, o sistema imunológico se torna menos eficaz no combate a infecções. Essa diminuição da capacidade de defesa faz com que os idosos sejam mais suscetíveis a quadros graves de doenças respiratórias, como as causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório que, tradicionalmente, afeta mais bebês e crianças”, explica.
Aumento de internações em Petrópolis
A Secretaria Municipal de Saúde informou que, entre janeiro e 30 de maio de 2025, 93 pessoas foram internadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Petrópolis. O número é maior do que no mesmo período de 2024, quando foram registrados 84 casos.
A SRAG pode ser provocada por diferentes vírus respiratórios. Muitos idosos vivem com doenças crônicas, como cardiopatias, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), asma, diabetes ou insuficiência renal. Essas condições preexistentes aumentam o risco de complicações severas quando há infecção por um vírus respiratório, podendo levar a descompensações cardíacas e hospitalizações prolongadas. De acordo com a Fiocruz, o VSR foi o responsável por 50% das internações e 11% das mortes por doenças respiratórias no país nas últimas semanas.
Letalidade por VSR entre idosos
Estudo da Fiocruz mostra que a taxa de letalidade por VSR entre idosos no Brasil alcançou 26% entre 2013 e 2023 – 20 vezes maior do que em crianças. Em idosos com insuficiência cardíaca, o risco de hospitalização pelo vírus pode ser 33 vezes maior do que em idosos sem essa condição.
Mesmo após a alta hospitalar, um em cada três idosos que foram internados por vírus respiratórios, como VSR ou influenza, frequentemente relatam perda de funcionalidade para realizar atividades do dia a dia, com o impacto dessas infecções na qualidade de vida e na autonomia.

*com informações de Agência Brasil